Conab estima produção de 295,45 milhões de toneladas de grãos na safra 2023/2024, queda de 7,6%; IBGE projeta 299,6 milhões de toneladas, recuo de 5,00%
A Companhia Nacional de Abastecimento e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgaram nesta terça-feira, 14 de maio, suas projeções para a safra de grãos 2023/24. Segundo o 8º Levantamento da Safra de Grãos da Conab, a colheita deve chegar a 295,45 milhões de toneladas, redução de 7,6% à obtida na temporada passada, de 319,81 milhões de t, ou seja, 24,36 milhões de toneladas a menos a serem colhidas.
Em comparação com a pesquisa anterior, divulgada em abril, o resultado representa aumento de 0,5% (1,38 milhão de t). Segundo a Conab, essa alta pontual pode ser atribuída em parte ao ajuste na área semeada para a soja, a partir da identificação de novas áreas de cultivo no Maranhão, Goiás, Pará, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
O mesmo foi verificado para o milho 2ª safra. A área total semeada em 2023/24 está projetada em 79,12 milhões de hectares, aumento de 0,8% ante a previsão anterior (78,53 milhões de hectares) e 0,7% superior à temporada anterior (78,55 milhões de hectares). Apesar disso, “as fortes chuvas registradas no Rio Grande do Sul trarão impactos negativos para o resultado final do atual ciclo”, disse a estatal.
Atualmente, a produção para o arroz está estimada em 10,495 milhões de toneladas. Porém, as frequentes e volumosas chuvas registradas no Rio Grande do Sul, principal produtor do cereal no país, resultarão em perdas nas lavouras da cultura no Estado.
Os prejuízos ainda estão sendo mensurados mas, pelo menos, 8% da área gaúcha para a cultura registrará perdas provocadas pelas volumosas chuvas. Nos demais Estados, a colheita avança favorecida pela estabilidade climática. Até o dia 5 deste mês cerca de 80,7% da área semeada em todo país já estava colhida. A qualidade dos grãos é satisfatória, com bons rendimentos também na quantidade de grãos inteiros.
Para o feijão, as atenções se voltam para a segunda safra da leguminosa. Com a área toda semeada, as lavouras vêm apresentando um bom desenvolvimento. Somando as três safras do grão, a produção nacional deverá atingir 3,32 milhões de toneladas, volume 9,5% superior à produção de 2022/23.
A companhia também estima colheita de milho em 111,64 milhões de toneladas, redução de 15,4% se comparada com a temporada passada. A primeira safra do cereal teve, na maioria dos Estados produtores, produtividades inferiores às obtidas no último ciclo, influenciadas por condições climáticas adversas ocorridas. Na segunda safra do grão, as condições não são uniformes.
A Conab destaca que, em virtude dos ajustes de área e produtividade, neste levantamento, caso a condição de catástrofe climática não tivesse ocorrido no Rio Grande do Sul, a produção brasileira de soja, estimada nesse levantamento, seria superior a 148,4 milhões de toneladas. No entanto, a estimativa atualizada de produção da oleaginosa é de 147,68 milhões de toneladas, redução de 4,5% sobre a safra anterior.
Com a atualização realizada, área total cultivada na safra 2023/24 é de 45,7 milhões de hectares, 3,8% superior ao semeado na safra passada. Já para o algodão, é esperado um crescimento de 16,7% na área cultivada, explicado, principalmente, pelas boas perspectivas de mercado.
As condições climáticas continuam favorecendo as lavouras, predominando os estágios de floração e formação de maçãs. Com isso, a produção da pluma deve atingir 3,64 milhões de toneladas, recorde na série histórica da Conab e 14,8% maior ante 2022/23. No caso das culturas de inverno, a semeadura do trigo já teve início nos Estados do Centro-Oeste e Sudeste e no Paraná.
No Rio Grande do Sul, em virtude dos altos índices pluviométricos que vêm ocorrendo no Estado, o plantio da cultura deverá iniciar com um certo atraso nas regiões mais quentes do estado (Alto Uruguai e região das Missões), que também são as responsáveis pelo maior plantio da cultura. A Conab projeta a safra de trigo em 2024 em 9,08 milhões de t, aumento de 12,2% ante 2023.
IBGE – A safra agrícola de 2024 deve totalizar 299,6 milhões de toneladas, 15,8 milhões de toneladas a menos que o desempenho de 2023, um recuo de 5,0%. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
resultado é 1,2 milhão de toneladas maior que o previsto no levantamento de março, uma alta de 0,4%. De acordo com o IBGE, o Brasil deve colher 77,9 milhões de hectares na safra de 2024, uma estabilidade (0,0%) em comparação com 2023, apenas 9,4 mil hectares a mais.
Em relação à estimativa de março, a área a ser colhida é 0,2% maior, 134,9 mil hectares a mais. O arroz, o milho e a soja – três principais produtos da safra brasileira de grãos – respondem juntos por 91,6% da estimativa da produção e por 87,0% da área a ser colhida.
Em relação a 2023, a área a ser colhida será maior para o algodão herbáceo (10,9%), arroz (4,6%), feijão (5,9%) e soja (2,5%). Por outro lado, a expectativa é de redução na área para o sorgo (-4,3%), trigo (-7,5%) e milho (-5,5%). A área colhida deve cair 8,0% no milho 1ª safra e 4,8% no milho 2ª safra.
Wenderson Araujo/Trilux CNA
Milho 2ª safra: área total semeada em 2023/24 está projetada em 79,12 milhões de hectares, aumento de 0,8% ante a previsão anterior, diz Conab