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Procuradoria quer que Battisti volte à prisão

A Procuradoria da República em Mato Grosso do Sul voltou a pedir a prisão preventiva de Cesare Bat­tisti. Segundo o Ministério Público Federal, o italiano teria um “plano de fuga” do país e já fez procuração bancária para uma pessoa que resi­de no mesmo endereço que ele, em Cananéia, no litoral sul de São Paulo. Battisti está solto e, desde o dia 24 de abril, por decisão do Superior Tri­bunal de Justiça, está sem tornoze­leira eletrônica.

O pedido chegou a ser rejeitado pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Tei­xeira, da 3ª Vara Federal Criminal de Campo Grande, em decisão do dia 27 de abril. A Procuradoria agora recor­re ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Segundo o procurador Julio Pettengill Neto, “o fundado risco de fuga de Battisti evidentemente mo­tiva a sua prisão preventiva para ga­rantia da aplicação da lei penal”.

“A vida pregressa do réu, aliada às circunstâncias em que ocorreram sua prisão em flagrante em 10/2017 e ainda em conjunto com novas in­formações de um novo plano de saída do país, com paradeiro desco­nhecido, não deixam dúvidas acerca da alteração do contexto fático e da existência do requisito do periculum libertatis”, argumenta.

No primeiro pedido, o procurador detalhou uma “denúncia anônima de um plano de fuga”.

“Obviamente tudo isso é trama­do de forma oculta. De todo modo, foi possível recolher pelo menos um elemento indicativo de que Cesare Battisti pode ausentar-se da loca­lidade onde reside. A lavratura de uma procuração bancária (em favor de magno de Carvalho Costa, pessoa que mora no mesmo endereço de Cesare Battisti) é providencia prepa­ratória congruente a quem pretende se ausentar da localidade onde resi­de”, afirmou.

O juiz Bruno Cezar da Cunha Tei­xeira, da 3ª Vara Federal Criminal de Campo Grande, no entanto, afirmou entender que “a disposição dos bens (saques, doações de bens móveis e imóveis, esvaziamento de contas por transferências, etc) são indica­tivos razoáveis de concretização do risco de fuga, mas não basta a mera procuração e nenhum esclarecimen­to maior sobre o plano narrado”.

Defesa – Em nota, o advoga­do Igor Tamasauskas, que defende Cesare Battisti, afirmou: “Essa elu­cubração do Ministério Público de­monstra o açodamento com que es­tão lidando com o caso. O que seria um simples ato de resolver burocra­cia bancária – um cartão bloqueado – para Battisti vira sinônimo de fuga.”

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