Tribuna Ribeirão
Educação

Procon e escolas privadas fecham acordo

TÂNIA RÊGO/AG.BR.

O Procon-SP e o Sindica­to dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Pau­lo (Sieeesp) chegaram a um acordo sobre o pagamento de mensalidades a escolas du­rante o período de pandemia do coronavírus. No Termo de Entendimento assinado pelos presidentes das duas entida­des na segunda-feira, 11 de maio, ficou estabelecido que as instituições de ensino par­ticular devem negociar alter­nativas para o pagamento, ofe­recendo um maior número de parcelas ou desconto no valor das mensalidades.

Na última quinta-feira (7), o Procon havia estabelecido que as escolas particulares deveriam oferecer um per­centual de desconto – a ser definido pelos próprios co­légios –, sob pena de receber multa administrativa caso não oferecesse redução na parcela. Segundo o Procon, a decisão foi tomada após a ins­tituição de defesa do consumi­dor receber mais de cinco mil reclamações de pais de alunos relatando que não conseguiam negociar com as instituições.

Na ocasião, o presidente do sindicato, Benjamin Ribeiro da Silva, disse que as escolas não possuíam margem para redu­zir o valor, pois das cerca de dez mil escolas particulares do Estado associadas ao sindica­to – 300 em Ribeirão Preto –, 24% atendem a população que não pertence às classes mais al­tas. “Conseguimos sensibilizar o Procon que não são todas as escolas que cobram mensali­dades altas. Existem mensali­dades para todos os gostos, as que são de R$ 300 até as que chegam a R$ 15 mil. As escolas pequenas que atendem as clas­ses C, D e E são as mais penali­zadas”, disse Silva.

“Mas também não podí­amos virar as costas para as famílias. Então, uma das solu­ções foi aumentar a quantida­de de parcelas a serem pagas.” Silva também disse que entrou em contato com autoridades do Executivo federal e estadual para conseguir um financia­mento para que as escolas so­brevivam à pandemia. “Seria justo que as escolas tivessem acesso a pelo menos linhas de crédito a juros mais acessí­veis do que os praticados pelo mercado; seria justo que a es­cola particular, que responde por mais de 20% de todas as matrículas do Estado, pudes­se ter acesso a financiamentos de capital de giro”, escreveu na carta enviada ao gover­nador João Doria (PSDB).

“Outra medida extrema­mente importante nessa crise seria a criação de um vou­cher para as escolas de ensino infantil e fundamental com anuidade de até R$ 10 mil por ano. É aqui onde estão os alunos das famílias de me­nor poder aquisitivo e as que mais têm sofrido com a pan­demia.” O responsável pelo pagamento das mensalida­des tem direito a renegociar o valor durante a pandemia, e a instituição de ensino não pode recusar nem postergar por mais de uma semana a so­licitação de atendimento.

Exigir documentos como condição para a negociação do novo valor já se configura como recusa em negociar e é considerada uma prática abu­siva segundo o artigo 39 do Có­digo de Defesa do Consumi­dor. Durante a negociação, as partes poderão exigir somente os documentos estritamente necessários que comprovem a falta de condição de pagamen­to, mas é vedada a exigência de documentos cobertos pelo sigilo fiscal e bancário – como extrato do imposto de renda ou extrato bancário.

Se não houver acordo, o Procon-SP assumirá a media­ção e, eventualmente, instaurar um processo administrativo para apurar prática abusiva e até cobrar uma multa adminis­trativa. Veja a íntegra do Ter­mo de Entendimento. Além disso, o pagamento de ativida­des extracurriculares devem ser suspensos do período de abril em diante. Em caso de já terem feito a cobrança, devem descontar o valor das mensali­dades dos meses seguintes.

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