Estar presidente de uma nação antes de ser um privilégio, uma honra, é a prestação de um serviço! A cada quatro anos, candidatos a algum cargo público, que sempre prefiro chamar de serviço, reaparecem prometendo reformas, melhorias, resgate da dignidade dos eleitores e apresentam projetos megalomaníacos, que eles mesmos, de antemão, sabem que não poderão cumprir. As reformas dificilmente contemplam uma nação justa, com saúde, educação, segurança, infraestrutura e oportunidade de trabalho digno ao povo que elege e muitas reelege homens e mulheres, na maioria, preocupados com o próprio bem-estar ao invés do bem-comum.
“Acabar com privilégios” tem sido uma das afirmações mais repetidas no cenário político, principalmente nesse advento das eleições. Desde que não mexam nos “meus” privilégios! A disputa entre o funcionalismo público e a iniciativa privada, especialmente em se falando de Previdência e aposentadoria, continua gerando muita confusão, especialmente entre as pessoas que não têm o hábito de acompanhar discussões e debates entre políticos, economistas, sociólogos e cientistas em diversas áreas.
Por sua vez, partidos de oposição insistem em afirmar que qualquer reforma nesse campo é nociva e tira direitos e privilégios dos mais empobrecidos e dos mais trabalhadores, enquanto ainda encontram trabalho que os dignifique. Gostaria de dedicar minha reflexão aos ex-presidentes do Brasil. Estes, sim, são dotados de privilégios perpetuados! Posso estar enganado, mas me causa estranheza que um ex-presidente tenha direito vitalício a quatro seguranças, dois carros oficiais mantidos e dois ajudantes (mordomos), além do custo de vida também pago por nós, contribuintes dos mais elevados impostos conhecidos no mundo! Nós, brasileiros, temos cinco ex-presidentes para manter com tais privilégios perpetuados!
E pensar que ex-senadores, ex-deputados e ex-governadores gozam de aposentadoria e previdência integral vitalícia? Assim fica fácil a leitura de que as reformas trabalhista, previdenciária e política só convêm enquanto forem exigências de trabalhadores honestos, submetidos a tetos e idades absurdas, como absurdo é o salário mínimo decretado em míseros R$ 954 mensais.
Minha esperança é de que nas próximas eleições saibamos “varrer” do cenário político tantos “parasitas sanguessugas”, que ao invés de servirem a nação a exploram de tal maneira que expõem crianças, mulheres, índios, negros e pobres a condições desumanas em corredores de hospitais mal administrados, em escolas cujos jardins são o esgoto a céu aberto e a impostos cada vez maiores, mesmo que disfarçando com a afirmação de que a inflação cai todos os dias.
Se a inflação cai, porque pagamos preços exuberantes para usufruirmos de energia elétrica, água potável, combustíveis, gás de cozinha e alimentos básicos, os mais caros da face da terra?
Enquanto não acabarem com privilégios perpetuados continuaremos sendo os “bichinhos feios” necessários para manter engravatados sem escrúpulos, totalmente despidos de valores, maquiados com semblante sem nenhuma vergonha. Mesmo assim, a esperança estará na tecla das urnas das próximas eleições e na força de nossos dedos. Confirme o honesto.