Duarte Nogueira *
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Uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo no último dia 19 de setembro, nas páginas A8 e A9, mostra bem a nossa diretriz de priorizar o transporte público e coletivo de pessoas em detrimento de iniciativas de transporte privado e individual. O texto do jornal paulistano mostra um levantamento dos investimentos feitos em corredores de ônibus em São Paulo, a cidade mais populosa e mais rica do Brasil, com um trânsito difícil e que demanda novas soluções todos os dias, para que os veículos possam circular com relativa facilidade, rapidez e segurança.
De acordo com a reportagem, desde 1980, portanto há 44 anos, os prefeitos que ocuparam a principal cadeira da capital paulista conseguiram construir 135 quilômetros de corredores de ônibus, o que dá uma média de 3,06 quilômetros de corredores por ano. Em Ribeirão Preto, em 8 anos, fizemos 56 quilômetros de vias expressas, preferenciais ou exclusivas para o tráfego de ônibus. A média executada em Ribeirão Preto – de 7 quilômetros por ano – ultrapassa a média paulistana em 128,76%, sem considerar o tamanho das duas cidades e suas capacidades de investimento.
Não é um número qualquer. É um valor que demonstra o quanto Ribeirão Preto andou na frente na modernização da infraestrutura de transportes. Na mesma direção, com o programa Ribeirão Mobilidade, também construímos pontes, viadutos e túneis. Reestruturamos vias, criamos novas soluções de tráfego, modificamos sinalizações e recapeamos ruas e avenidas da cidade, com o maior investimento já feito por administrações municipais até então. Partindo de uma cidade endividada e sem recursos e com sua malha viária esburacada, conquistamos recursos e fizemos o nosso trabalho.
Não é sem motivo que a nossa cidade está totalmente transformada do ponto de vista da mobilidade urbana. As distâncias parecem menores diante das facilidades construídas ao longo destes 8 anos de muito trabalho. Os ônibus já trafegam de forma mais rápida e segura pelos corredores estruturais, sem o trânsito de outros veículos, que se utilizam das faixas de rolamento próximas à faixa destinada ao transporte público. O resultado é que o cidadão ganha tempo para outros afazeres, como se divertir, estudar ou ficar com a família.
Não ficamos, no entanto, apenas no investimento em infraestrutura, muito embora o volume tenha sido maior. Estabelecemos prazos para a concessionária do transporte coletivo renovar a frota de ônibus, oferecendo veículos mais modernos e à altura da cidade de Ribeirão Preto. Hoje temos toda a frota renovada, com o oferecimento de mais conforto e vários serviços de tecnologia embarcada, como tomadas para carregar celulares, conexão com a internet dentro dos ônibus e veículos com ar condicionado.
Os novos veículos são equipados com motores Euro6, que são menos poluentes e têm transmissão automática, para melhorar a dirigibilidade e aumentar o conforto dos motoristas. Modificamos a forma de receber a tarifa, que já pode ser paga com cartões de débito e crédito. Todo o trabalho foi feito de forma planejada, com o objetivo principal de levar mais pessoas a utilizarem o transporte coletivo.
Se o serviço está melhor, o cidadão que usa transporte individual também ganha, porque há aumento de usuários dos ônibus que circulam pela cidade e redução do tráfego dos demais veículos, o que também resulta em maior segurança e mais facilidade na hora de encontrar vagas de estacionamento. Menos carros e motos nas ruas também significam poluição reduzida e, logo, uma cidade mais sustentável. Estamos, então, no rumo certo.
* Prefeito de Ribeirão Preto