O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira (5) que o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer igualar a idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres, mas o presidente Jair Bolsonaro é contra e é ele quem vai dar a palavra final sobre o assunto. Para Mourão, a decisão deve sair na segunda quinzena de fevereiro.
“Isso aí, decisão sobre idade mínima, vai ser com o presidente. O Guedes tem a visão dele e o presidente vai decidir. O Guedes, na visão dele, é todo mundo igual. Não é isso que se busca hoje, a igualdade?”, questionou Mourão.
Apesar do tom de brincadeira, Mourão reforçou que o presidente Jair Bolsonaro não concorda com a ideia de igualar a idade mínima. “A decisão é dele. Ele que foi eleito, nós somos só atores coadjuvantes”, disse o vice. Na segunda-feira, Mourão já havia dito que Bolsonaro é contra estabelecer a mesma idade mínima de aposentadoria de homens e mulheres e que concorda com ele
Minuta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, obtida com exclusividade pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, sugere a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem no Brasil. O tempo mínimo de contribuição para se aposentar com 100% do benefício poderia chegar a 40 anos, de acordo com o texto.
Mourão minimizou o conteúdo da proposta e disse que “aquilo foi um vazamento aí que houve”, voltando a dizer que a decisão caberá apenas ao presidente.
Mourão acredita que a decisão será tomada por Bolsonaro na segunda quinzena de fevereiro, mas isso vai depender da alta hospitalar, que ainda não tem previsão para acontecer. “Temos que aguardar a alta hospitalar, pode ser no final de semana, no início da próxima semana.”
Reunião
A reforma da Previdência foi um dos temas discutidos durante reunião do Conselho de Governo entre Mourão e os ministros, no Palácio do Planalto, na manhã desta terça. Segundo Mourão, no entanto, Guedes não falou especificamente sobre a questão da idade mínima.
Em nota, a Casa Civil divulgou posicionamento semelhante ao de Mourão, alegando que a minuta da reforma da Previdência divulgada é “um dos vários estudos em avaliação” e que o martelo será batido “apenas pelo presidente, provavelmente na próxima semana”.