O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 – prévia da inflação oficial no país – desacelerou para 0,36% em março após disparar 0,78% em fevereiro, ante alta de 0,31% em janeiro e avanço de 0,40% em dezembro de 2023. A última deflação ocorreu em julho do ano passado, de 0,07%.
Com o resultado anunciado nesta terça-feira, 26 de março, o IPCA-15 acumula alta de 41,4% em doze meses, a mais baixa desde julho de 2023, quando estava em 3,19%. Era de 4,49% até fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No primeiro trimestre de 2024, a inflação represada é de 1,46%, ante 1,09% até o mês passado. Em março de 2023, o IPCA-15 tinha registrado alta de 0,69%. A alta de 0,36% em março foi a mais branda para o mês desde 2020, quando o indicador subiu 0,02%.
O aumento de 2,39% na gasolina exerceu a maior pressão sobre a prévia da inflação oficial em março, respondendo sozinha por um terço do IPCA-15 deste mês. O subitem deu uma contribuição de 0,12 ponto percentual para a taxa de 0,36%.
Também figuraram no ranking de maiores pressões sobre o IPCA-15 de março os itens plano de saúde (alta de 0,77% e impacto de 0,03 p.p), cebola (16,64% e 0,03 p.p.), banana prata (12,33% e 0,03 p.p.) e refeição fora de casa (0,76% e 0,03 p.p.).
Na direção oposta, a passagem aérea foi o item de maior influência negativa sobre a inflação de março, com queda de 9,08% e contribuição de -0,07 ponto percentual para a prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
Outros itens no ranking de maiores alívios do mês foram batata-inglesa (queda de 9,87% e impacto de -0,03 p.p ), pacote turístico (-4,71% e -0,03 p.p.), cinema, teatro e concertos (-3,97% e -0,02 p.p.), aparelho telefônico (-1,38% e -0,01 p.p.), óleo de soja (-3,19% e -0,01 p.p.) e cenoura (-6,10% e -0,01 p.p.).
IPCA cheio – A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial – fechou fevereiro em 0,83%, contra alta de 0,42% em janeiro. O resultado do mês passado foi o mais elevado desde fevereiro de 2023, quando alcançou 0,84%.
No entanto, para meses de fevereiro, a taxa foi a mais branda desde 2020, quando houve elevação de 0,25%. No primeiro bimestre do ano, acumula alta de 1,25%. No acumulado de doze meses, o IPCA registrou leve desaceleração, de 4,51% para 4,50%, a mais baixa desde julho de 2023, quando estava em 3,99%.
A meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024 é de 3,0%, com teto de tolerância de 4,50%. Ou seja, está no limite. A taxa de 4,62% em 2023 ficou acima da mediana de 3,25% para o período. Porém, dentro do intervalo estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)
A inflação por grupos
Alimentação – Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,91% em março, após alta de 0,97% em fevereiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,19 ponto percentual para o IPCA-15, que subiu 0,36% no mês.
Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 1,04% em março, após ter avançado 1,16% no mês anterior. Contribuíram para as altas a cebola (16,64%), o ovo de galinha (6,24%), as frutas (5,81%) – banana prata (12,33%) e banana d’água (15,22%) – e o leite longa vida (3,66%).
Outros itens apresentaram queda, como a batata inglesa (-9,87%), cenoura (-6,10%) e o óleo de soja (-3,19%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,59%, ante alta de 0,48% em fevereiro, em virtude da alta mais intensa da refeição (de 0,35% em fevereiro para 0,76% em março). O lanche desacelerou de 0,79% para (0,19%.
Transportes – Os preços de Transportes subiram 0,43% em março, após alta de 0,15% em fevereiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,09 ponto percentual para o IPCA-15. Os preços de combustíveis tiveram alta de 2,41% em março, após avanço de 0,77% no mês anterior. A teve o maior impacto individual, respondendo por 0,12 ponto percentual do índice.
A gasolina subiu 2,39%, após ter registrado alta de 0,84% em fevereiro, enquanto o etanol avançou 4,27% nesta leitura, após alta de 0,32% na última. O item que mais colaborou individualmente para segurar a inflação foram as passagens aéreas, que recuaram 9,08% em março.
Habitação – Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma elevação de 0,14% em fevereiro para aumento de 0,19% em março, contribuição positiva de 0,03 ponto percentual. A energia elétrica ficou estável (0,00%), assim como a taxa de água e esgoto (0,00%). O condomínio subiu 0,73%, e o aluguel residencial aumentou 0,14%. Já o gás encanado recuou 0,35%.
Saúde – Os gastos das famílias brasileiras com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,76% em fevereiro para uma alta de 0,61% em março, contribuição positiva de 0,08 ponto percentual para o IPCA-1.
O movimento foi impulsionado pelos aumentos no plano de saúde (0,77%), produtos farmacêuticos (0,73%) e itens de higiene pessoal (0,39%). O plano de saúde exerceu a segunda maior pressão sobre a inflação do mês, um impacto de 0,03 ponto, atrás apenas da influência da gasolina (0,12 p.p.).