O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,94% em outubro, após ter avançado 0,45% em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 23 de outubro. É a maior alta para meses de outubro desde 1995, quando o IPCA-15 havia saltado 1,34%.
O resultado de outubro superou o teto do intervalo das estimativas dos analistas do mercado financeiro. As previsões iam de 0,52% a 0,93%, com mediana de alta de 0,82%. Com o resultado agora anunciado, o IPCA- 15 acumulou um aumento de 2,31% no ano. A taxa em doze meses ficou em 3,52%. Neste caso, as projeções iam de avanço de 3,10% a 3,54%, com mediana de 3,41%.
O IPCA, indexador oficial de preços do país, registrou 0,64% em setembro. No mesmo período do ano passado, houve deflação de 0,04%. A taxa é a mais elevada para o mês desde 2003, quando ficou em 0,78%, e também é superior à inflação de 0,24% de agosto. Encerrou 2019 em 4,31%, acima do centro da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central, de 4,25%.
Alimentação
Os preços dos alimentos continuaram subindo em outubro, levando o IPCA-15 deste mês à maior alta para o mês desde 1995. O grupo alimentação e bebidas avançou 2,24%, contribuindo com 0,45 ponto percentual (p.p.) do total, o maior impacto de alta entre os nove grupos pesquisados pelo IBGE.
O principal responsável pela aceleração da inflação de alimentos foram os preços dos alimentos para consumo no domicílio, que passaram de uma alta de 1,96% em setembro para 2,95% em outubro. O item de maior peso nesse movimento foram as carnes, com alta de 4,83%, contribuindo com 0,13 p.p. no índice agregado. Foi a quinta alta seguida das carnes no IPCA-15, diz o IBGE.
“Destacam-se também as altas do óleo de soja (22,34%), do arroz (18,48%), do tomate (14,25%) e do leite longa vida (4,26%)”, diz nota divulgada pelo instituto. “Por outro lado, houve queda nos preços da cebola (-9,95%) e da batata-inglesa (-4,39%)”, continua o texto.
Os alimentos para consumo fora do domicílio, que vêm num ritmo mais comportado nos últimos meses, também registraram alta em outubro, de 0,54%. O item refeição acelerou de 0,09% em setembro para 0,93% em outubro, informa o IBGE.
Grupos
O grupo transportes registrou alta de 1,34% em outubro, com impacto positivo de 0,27 ponto percentual. Juntos, os grupos transportes e alimentação e bebidas (que avançou 2,24%, com impacto de alta de 0,45 p.p.) responderam por cerca de três quartos do avanço agregado do IPCA-15 de outubro.
O preço da gasolina registrou alta média de 0,85% no IPCA-15 de outubro. Ainda que a variação tenha arrefecido em relação a setembro (3,19%), contribuiu positivamente com 0,04 p.p. no índice agregado. Foi a quarta alta seguida do item no IPCA-15, informou o IBGE.
Os únicos subitens do grupo com variações negativas foram ônibus interestadual (-2,73%) e gás veicular (-1,36%). No total, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no IPCA-15 de outubro. Em setembro, três grupos (vestuário, saúde e cuidados pessoais e educação) haviam registrado deflação. Na leitura deste mês, apenas educação teve ligeira variação negativa, com queda de 0,02%.