O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial do país, registrou alta de 0,44% em maio, após ter avançado 0,60% em abril, informou nesta terça-feira (25) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a taxa mais elevada para o mês desde 2016, quando havia ficado em 0,86%.
Com o resultado agora anunciado, o IPCA-15 acumula aumento de 3,27% no ano. A taxa acumulada em doze meses passou de 6,17% em abril para 7,27% em maio, número mais elevado desde novembro de 2016, quando foi de 7,64%. No mês de maio de 2020, o índice havia recuado 0,59%.
O “IPCA cheio” de abril foi de 0,31%, superior à registrada no mesmo período de 2020, quando houve deflação de -0,31%, mas inferior à observada em março deste ano (0,93%). A inflação acumula taxas de 2,37% no ano e de 6,76% em doze meses, acima da acumulada até março (6,10%) e do teto da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central para 2021, de 5,25%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo fechou o ano passado com avanço de 4,52%, também o maior desde 2016. O resultado ficou acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Transportes
Influenciado pelo recuo de 28,85% nas passagens aéreas, o grupo Transportes passou de um avanço de 1,76% em abril para uma queda de 0,23% em maio, dentro do IPCA-15. O grupo deu a única contribuição negativa para a taxa de 0,44% do índice de maio, o equivalente a -0,05 ponto percentual.
Os preços das passagens aéreas recuaram em todas as áreas pesquisadas. Também houve recuos nos preços dos transportes por aplicativo (-9,11%) e do seguro voluntário de veículo (-3,18%). Por outro lado, os automóveis novos ficaram 1,16% mais caros, um impacto de 0,03 ponto no IPCA-15. A gasolina ficou 0,29% mais cara em maio, acumulando uma alta de 41,55% nos últimos doze meses.
Alimentação
Os gastos das famílias com alimentação e bebidas subiram mais na passagem de abril para maio. O grupo Alimentação e Bebidas passou de um aumento de 0,36% em abril para uma elevação de 0,48% em maio, uma contribuição de 0,10 ponto percentual do grupo para a taxa de 0,44% do IPCA-15 deste mês.
A alimentação no domicílio saiu de uma alta de 0,19% em abril para um avanço de 0,50% em maio. As carnes subiram 1,77% em maio, acumulando uma alta de 35,68% nos últimos doze meses. O tomate subiu 7,24% este mês. Por outro lado, as frutas recuaram 6,45%, um impacto negativo de 0,06 ponto. A alimentação fora do domicílio subiu 0,43% em maio, com aumentos mais brandos no lanche (0,72%) e na refeição fora de casa (0,16%).
Habitação
Os gastos do grupo Habitação passaram de um aumento de 0,45% em abril para um avanço de 0,79% em maio, contribuição de 0,12 ponto para a inflação de 0,44% deste mês. O resultado de maio foi puxado pela alta de 2,31% na energia elétrica, item de maior impacto individual no IPCA- 15 do mês, uma contribuição de 0,10 ponto.
Em maio, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta R$ 4,169 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos, depois de quatro meses seguidos da bandeira amarela, cujo acréscimo é menor, de R$ 1,343. O gás de botijão subiu 1,45% em maio, o 12º mês consecutivo de aumentos.
Saúde
As famílias brasileiras gastaram 1,23% mais com Saúde e Cuidados Pessoais em maio. O grupo deu a maior contribuição para a inflação do mês, um impacto de 0,16 ponto percentual para a taxa de 0,44% do IPCA-15. O avanço foi impulsionado pela alta nos preços dos produtos farmacêuticos (2,98%), devido ao reajuste de 10,08% nos preços dos medicamentos autorizados pelo governo a partir de 1º de abril.
Os destaques foram os remédios antialérgicos e broncodilatadores (5,16%), dermatológicos (4,63%), anti-infecciosos e antibióticos (4,43%) e hormonais (4,22%). A única queda foi do grupo Transportes, um recuo de 0,23%. Subiram os preços de Vestuário (1,42%), Educação (0,08%), Comunicação (0,03%), Alimentação e Bebidas (0,48%), Artigos de Residência (0,89%), Saúde e Cuidados Pessoais (1,23%), Despesas Pessoais (0,09%) e Habitação (0,79%).