Tribuna Ribeirão
Economia

Prévia da inflação oficial é de 1,14%

O Índice Nacional de Pre­ços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 1,14% em setembro, após ter avançado 0,89% em agosto, informou nesta sexta-feira, 24 de setem­bro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior alta para o mês desde 1994, quando, ainda no início da implantação do Plano Real, a prévia da inflação oficial ha­via subido 1,63%.

Com este resultado, o IPCA-15 acumula um au­mento de 7,02% no ano. A taxa em doze meses é de 10,05%, segundo o IBGE, a maior desde fevereiro de 2016, quando o indexador havia acumulado avanço de 10,84%. A taxa trimestral, também conhecida como IP­CA-E, chegou a 2,77%.

O Índice Nacional de Pre­ços ao Consumidor Amplo (IPCA) cheio, indexador ofi­cial de preços no Brasil, fechou agosto com alta de 0,87%, a maior para o mês desde o ano 2000, quando subiu 1,31%. Com isso, o indicador acumu­la aumentos de 5,67% no ano e de 9,68% nos últimos doze meses, o maior acumulado desde fevereiro de 2016, quan­do o índice alcançou 10,36%.

Em agosto do ano passado, a variação foi de 0,24%. Como conseqüência da alta de 0,87% em agosto, a taxa acumulada pelo IPCA em doze meses ace­lerou de 8,99% em julho para 9,68% em agosto, ante uma meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano. O IPCA acumulado está acima do teto da meta para este ano, que seria de 5,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto para cima ou para baixo (de 2,25% a 5,25%).

O Índice Nacional de Pre­ços ao Consumidor Amplo, indexador oficial da inflação no Brasil, fechou o ano pas­sado com avanço de 4,52%, também o maior desde 2016. O resultado ficou acima do centro da meta perseguida pelo BC, de 4,0%, com mar­gem de tolerância de 1,5 pon­to para mais ou para menos.

Combustíveis e energia são os vilões da inflação
A inflação dos combustíveis e da eletri­cidade ditou o ritmo da alta de 1,14% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Sozinhos, a gasolina (com alta de 2,85%) e a energia elétrica (alta de 3,61%) foram os itens com maior impacto de alta, isoladamente, contribuindo com 0,17 ponto percentual (p.p.), cada, para a variação agregada do IPCA-15.

O grupo Transportes registrou alta de 2,22%, contribuindo com 0,46 p.p. na variação agregada do índice. Os combustí­veis como um todo ficaram 3,0% mais ca­ros em setembro, acelerando a variação na comparação com os 2,02% do IPCA-15 de agosto. Com a alta de 2,85% em setembro, o preço médio da gasolina já acumula um salto de 39,05% nos últimos doze meses.

Os demais combustíveis também apre­sentaram altas no IPCA-15 de setembro: etanol (4,55%), gás veicular (2,04%) e óleo diesel (1,63%). Ainda em Transpor­tes, os preços das passagens aéreas su­biram 28,76% em setembro, após a queda de 10,90% no IPCA-15 de agosto. Outros destaques de alta no IPCA-15 de setem­bro foram o aluguel de veículo (4,63%) e o transporte por aplicativo (4,00%), que já haviam subido no mês anterior (9,53% e 9,12%, respectivamente).

Já a conta de luz mais cara fez o grupo Habitação ter o terceiro maior impac­to de alta no IPCA-15 de setembro. O avanço de 1,55% (abaixo do 1,97% de agosto) acrescentou 0,25 p.p. na variação agregada do indicador. Em nota, o IBGE chamou a atenção para o fato de que a alta de 3,61% na energia elétrica ficou abaixo da variação registrada no índice de agosto (5,0%).

“No mês passado, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos. A partir de 1º de setembro, passou a valer a bandeira tarifária de escassez hídrica, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh. Além disso, houve reajuste de 8,92% nas tarifas em Belém (10,24%), vigente desde 7 de agosto», diz a nota do IBGE. Além disso, houve alta de 2,20% no gás encanado, também do grupo Habitação.

A alta dos preços dos alimentos acelerou no IPCA-15. O grupo Alimentação e bebi­das avançou 1,27%, acima do 1,02% em agosto e do 0,49% de julho. Com a alta, o grupo teve o segundo maior impacto de alta no índice de setembro, acrescentan­do 0,27 ponto percentual na variação do indicador agregado.

Segundo o IBGE, a aceleração da inflação de alimentos foi puxada pela alimentação em domicílio, que passou de uma alta de 1,29% em agosto para um avanço de 1,51% neste mês. Entre os destaques de alta, os preços das carnes subiram 1,10%, com impacto positivo de 0,03 p.p. no IPCA-15 de setembro. O IBGE destaca também as altas nos preços da batata­-inglesa (10,41%), do café moído (7,80%), do frango em pedaços (4,70%), das frutas (2,81%) e do leite longa vida (2,01%).

O quadro só não foi pior porque houve alívio nos preços do arroz, que foi vilão da inflação de alimentos no fim de 2020. No IPCA-15 de setembro, o arroz caiu 1,03%, o oitavo mês seguido de queda. Também contribuiu para o alívio a cebola, com redução média de 7,51% em setembro, o sexto mês seguido de recuos.

Segundo o IBGE, a alimentação fora do domicílio também acelerou na passagem de agosto (0,35%) para setembro (0,69%). “No entanto, observaram-se movimentos distin­tos nos dois principais componentes desse subgrupo: enquanto a refeição subiu 1,31%, frente à alta de 0,10% no mês anterior, o lanche registrou recuo de 0,46%, após alta de 0,75% em agosto”, diz a nota do IBGE.

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