O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou taxa de 0,93% em março deste ano, acima do 0,48% de fevereiro deste ano e do 0,02% de março de 2020. Essa é a maior variação de preços para um mês de março desde 2015 (alta de 1,24%)
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 25 de março, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o IPCA-15 acumula taxas de inflação de 2,21% no trimestre. A taxa trimestral, também conhecida como IPCA-E é a maior para um primeiro trimestre desde 2016 (2,79%).
A taxa acumulada em doze meses passou de 4,57% em fevereiro para 5,52% em março, o resultado mais elevado desde janeiro de 2017, quando a taxa havia sido de 5,94%. O IPCA cheio fechou fevereiro em alta de 0,86%, taxa superior ao 0,25% registrado em janeiro. Foi a maior alta para o mês desde 2016 (de 0,90%).
O índice fechou 2020 com avanço de 4,52%, também o maior desde 2016. Na prévia de março deste ano, a inflação foi puxada pelos transportes, que registraram taxa de 3,79%. O comportamento dos preços deste grupo de despesas pode ser explicado pelas altas dos combustíveis (11,63%).
Só a gasolina subiu 11,18%, mas também houve variações de preços do etanol (16,38%), óleo diesel (10,66%) e gás veicular (0,39%). Outros itens de transportes com alta de preços foram automóveis novos (0,99%), automóveis usados (0,30%), seguro voluntário de veículo (2,57%), ônibus urbano (0,42%) e trem (1,61%).
Impulsionado pelo aumento de 11,63% nos combustíveis, o grupo passou de um avanço de 1,11% em fevereiro para uma elevação de 3,79% este mês, dentro do IPCA-15, e deu a maior contribuição para a taxa de 0,93%, o equivalente a 0,76 ponto percentual.
Por outro lado, os transportes por aplicativo recuaram 2,38% em março, enquanto as passagens aéreas diminuíram 2,01%. A alta de preços de 0,71% do grupo de despesas habitação também teve impacto importante no IPCA-15 de março, depois de uma queda de 0,74% em fevereiro. A inflação no grupo foi puxada principalmente pelo gás de botijão (4,60%), gás encanado (2,52%) e taxa de água e esgoto (0,68%).
A energia elétrica teve alta de 0,05% em março, depois da queda de 4,24% em fevereiro. A bandeira tarifária amarela permaneceu em vigor no período, com acréscimo de R$ 1,343 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora consumidos. O grupo deu uma contribuição de 0,11 ponto percentual para a inflação de 0,93% deste mês.
Os alimentos tiveram inflação de 0,12%, mas a taxa é inferior à registrada nas prévias de fevereiro (0,56%) e de janeiro (1,53%). Os gastos das famílias com alimentação e bebidas somam uma contribuição de 0,03 ponto para o IPCA-15 deste mês. Os preços dos alimentos para consumo no domicílio caíram 0,03%, interrompendo uma sequência de sete meses consecutivos de altas.
As famílias pagaram menos pelo tomate (-17,50%), batata-inglesa (-16,20%), leite longa vida (-4,50%) e arroz (-1,65%). Por outro lado, as carnes ficaram 1,72% mais caras. A alimentação fora do domicílio subiu 0,49% em março. O lanche aumentou 0,64%, enquanto a refeição fora de casa subiu 0,33%. O grupo alimentação e bebidas acumula alta de 14,51% em doze meses até março.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15 registraram aumentos de preços em março. Apenas o grupo educação registrou deflação (queda de preços), com uma taxa de -0,51% na prévia de março. Os demais grupos tiveram as seguintes taxas de inflação: artigos de residência (0,55%), saúde e cuidados pessoais (0,24%), despesas pessoais (0,10%), vestuário (0,03%) e comunicação (0,02%).