O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 – prévia da inflação oficial no país – desacelerou a 0,51% em maio, ante alta de 0,57% de abril. Fechou março em 0,69%, após avanço de 0,76% em fevereiro e aumento de 0,55% em janeiro. No mesmo período do ano passado, o IPCA-15 tinha subido 0,59%.
Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado de maio, a prévia da inflação oficial acumula variação de 3,12% no ano, ante 2,59% até abril. Em doze meses, a taxa acumulada caiu de 4,16% em abril para 4,07%.
A alta de 0,51% registrada em maio é a mais branda desde outubro de 2022, quando houve elevação de 0,16%. O resultado de maio de 2023 fez a taxa acumulada em doze meses descer ao menor patamar desde outubro de 2020, quando era de 3,52%. Completou um ano de reduções seguidas.
Sete dos nove grupos de despesa pesquisados pelo IPCA-15 tiveram alta de preços em maio, com destaque para Saúde e cuidados pessoais (1,49%) e Alimentação e bebidas (0,94%) – ambos sem impacto de 0,20 ponto percentual para o IPCA-15.
Os demais grupos com inflação foram Habitação (0,43%, impacto de 0,07 p.p.), Despesas pessoais (0,40%, impacto de 0,04 ponto percentual), Vestuário (0,35%, impacto de 0,02%), Educação (0,07%) e Comunicação (0,02%) – ambos sem impacto no índice do mês. Por outro lado, o recuo do IPCA-15 de abril para maio foi puxado principalmente pelos transportes.
O grupo Transportes havia registrado inflação de 1,44% na prévia do mês anterior, e passou a ter deflação (queda de preços) de 0,04% em maio, com contribuição negativa de 0,01 ponto percentual. Artigos de residência foi outro grupo de despesas com deflação, registrando queda de -0,28% impacto de -0,01 ponto.
Em Artigos de residência, os itens de TV, som e informática caíram 1,44%, influenciados pela redução de preços dos televisores (-2,21%). Já os eletrodomésticos e equipamentos recuaram 0,92%, puxados pelas quedas do refrigerador (-1,37%) e da máquina de lavar roupa (-1,09%).
Os aumentos no leite longa vida (6,03%), tomate (18,82%) e plano de saúde (1,20%) responderam juntos por 30% da inflação de 0,51% apurada em maio. Os três itens figuraram no topo do ranking de maiores pressões sobre o IPCA-15 do mês, com impacto de 0,05 ponto percentual cada um.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – indexador oficial de preços no país – fechou abril em 0,61%, ante 0,71% de março, segundo o IBGE. A alta de 0,61% voltou a desacelerar a taxa acumulada em doze meses, que passou de 4,65%, em março para 4,18%. O resultado é o mais baixo desde outubro de 2020, quando estava em 3,92%.
A taxa acumulada pela inflação no ano é de 2,72% até abril. A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,25%, que tem teto de tolerância de 4,75%. O IPCA fechou 2022 em 5,79% e, pelo segundo ano seguido, ficou acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Alimentação
O grupo Alimentação e bebidas passou de uma alta de 0,04% em abril para uma elevação de 0,94% em maio e deu uma contribuição de 0,20 ponto percentual para a taxa de 0,51% do IPCA-15 deste mês. A alimentação no domicílio ficou 1,02% mais cara em maio.
Os destaques foram as altas nos preços do tomate (18,82%), batata-inglesa (6,60%), leite longa vida (6,03%) e queijo (2,42%). O leite e o tomate figuraram no topo do ranking de maiores pressões sobre a inflação do mês, contribuindo, cada um, com 0,05 ponto percentual para o IPCA-15 de maio. Por outro lado, houve quedas no óleo de soja (-4,13%) e nas frutas (-1,52%).
A redução de 0,40% nos preços das carnes também impediu uma aceleração maior no ritmo de aumento dos gastos das famílias com alimentação em maio. As carnes já acumulam uma queda de 3,47% de janeiro a maio deste ano. A alimentação fora do domicílio subiu 0,73% em maio. O lanche aumentou 1,08%, e a refeição fora de casa teve elevação de 0,46%.
Saúde
Os gastos das famílias brasileiras com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 1,04% em abril para uma alta de 1,49% em maio, contribuição positiva de 0,20 p.p. A maior pressão partiu do aumento de 2,68% nos produtos farmacêuticos, após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março.
O subgrupo deu uma contribuição de 0,09 ponto percentual para o IPCA-15. O plano de saúde aumentou 1,20% em maio, ainda incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023. O item figura no topo de maiores impactos do mês, 0,05 ponto porcentual, ao lado do leite longa vida e do tomate. Os itens de higiene pessoal subiram 1,38% em maio, influenciados principalmente pelos perfumes (2,21%).
Transportes
A queda de 17,26% nos preços das passagens aéreas puxou uma redução nos gastos das famílias com transportes em maio. O grupo Transportes passou de uma elevação de 1,44% em abril para um recuo de 0,04% em maio. Foi responsável por -0,01 ponto para a formação da taxa mensal do IPCA-15.
As passagens aéreas foram o item de maior impacto negativo, -0,12 ponto de contribuição para a inflação de maio. Os combustíveis subiram 0,12%. Houve queda nos preços do óleo diesel (-2,76%), gás veicular (-0,44%) e gasolina (-0,21%), mas o etanol aumentou 3,62%.
Habitação
Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma alta de 0,48% em abril para uma elevação de 0,43% em maio, uma contribuição positiva de 0,07 ponto. O destaque no grupo foi a energia elétrica residencial, com alta de 0,51% e contribuição de 0,02 p.p. para a inflação do mês.