Tribuna Ribeirão
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Prevenção funciona 

Dr. Adão F. de Freitas * 
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Depois da pandemia da covid-19 que assolou o mundo foi possível constatar na prática a fragilidade da saúde pública no mundo inteiro, em geral e nos países do chamado terceiro mundo em particular.  No caso específico do Brasil onde temos um sistema de saúde pública dos mais abrangentes do mundo, que é o SUS – Sistema Único de Saúde, a saúde pública é mais frágil ainda. 
 
Pois bem, esse sistema  desde que foi instituído no Brasil pela Constituição de 1.988, tem se mostrado pontos altamente positivo e relativamente fáceis de serem efetivados.  
 
No entanto, pelo fato de este sistema envolver um orçamento relativamente elevado, ele tem se tornado uma fonte de interesses político-partidários e que se constituiu em um obstáculo gigantesco à chegada de recursos até o seu destino final que é o benefício à população. 
 
Há ainda a se considerar, o fato de que o cargo de Ministro da Saúde, por envolver cifras elevadas do orçamento da união passou a ser objeto de cobiça por políticos profissionais tendo em vista os muitos cargos disponíveis com altos salários muito elevados, o que torna disponível preenchimento por favoritismo político.  
 
E para completar essa sequência de eventos prejudiciais à população o cargo de Ministro da Saúde passou a ser ocupado por profissionais com completo desconhecimento das questões sanitárias da população.  
 
Não obstante a essas enormes dificuldades, o preenchimento do cargo de Ministro da Saúde passou a ser objeto de cobiça por qualquer profissional que em sua totalidade, pelo menos os que ocuparam o cargo até agora, demonstraram total ignorância sobre as questões da saúde pública.  
 
E essas pessoas têm ocupado o cargo com resultados sofríveis, como era de se esperar, óbvio.  Ao lado de toda essa problemática, as medidas preventivas que fazem parte integrante da assistência médica a ser proporcionada pelo SUS – Sistema Único de Saúde, tem sido relegada a um plano secundário, tendo em vista a referência na assistência médica imediata, em geral, a urgência e ou emergência tem assumido a dianteira dentro desse contexto.  
 
Trabalhos médicos recentes, principalmente aqueles que estão vindo à luz pós-pandemia, e que são muitos, têm demonstrado dois componentes fundamentais: a prevenção às doenças realmente funciona, e tanto isso é verdade, que a medicina preventiva está sendo cada vez mais valorizada nos países de primeiro mundo.  
 
E o segundo componente é que a medicina preventiva é muito mais econômica e de custos mais baixos que a curativa.  No caso específico do nosso país, um componente que historicamente tem funcionado com razoável sucesso é a vacinação.  
 
Desde a campanha vitoriosa do Dr. Oswaldo Cruz, lá no Rio de Janeiro, nos começos do século passado, há, portanto, mais de 100 anos, a vacinação no Brasil tem funcionado muito bem.  A recente pandemia de covid-19 também mostrou que, não obstante a vacina contra a SARS-COV2, ser relativamente recente, apesar disso a população aceitou bem a vacina e aderiu ao programa de vacinação.  
 
Atualmente, um fato novo que tem prejudicado essa adesão são as chamados redes sociais em que qualquer pessoa posta informação algumas vezes completamente absurdas e nada pode ser feito contra essas atitudes.  
 
Eu, como médico e profissional do setor de urgência, emergências e terapia intensiva e mais recentemente como divulgador científico, tenho orientado aos meus familiares, pacientes e amigos a não se iludirem com informações vinculadas na mídia em suas diversas formas e em caso de qualquer dúvida não faça uso de qualquer remédio sob qualquer forma vendido pela internet e também não fazer auto-medicação de jeito nenhum.  
 
Essa atitude pode prejudicar muito a pessoa.  Para qualquer dúvida fale com o seu médico ou faça uma consulta com qualquer médico.  Aí sim, a pessoa tem um rumo a ser seguido.  E durante a consulta, não se sinta constrangido: faça todas as suas perguntas e tire todas as suas dúvidas.  
 
Se forem muitas dúvidas, melhor você levar escrito as suas perguntas. Assim, você e todas as pessoas envolvidas estão sendo beneficiadas. 
 
Todas essas recomendações são de extrema utilidade e devem ser associadas ao bom senso, tudo deve ser feito com moderação 
 
Apesar de todas essas dificuldades, parece haver um consenso entre a população, de que “prevenir é melhor do que remediar”, o que não deixa de ser uma verdade. 
 
* Médico clínico geral e cardiologista, mestre e doutor em Medicina pela  
FMRP-USP 

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