Tribuna Ribeirão
Polícia

Preso PM que atirou homem de ponte  

Reprodução imagem do momento que homem foi atirado de ponte


 
Agência Estado


O policial militar Luan Felipe Alves Pereira, que atirou um homem de uma ponte da Zona Sul de São Paulo, foi detido na manhã desta quinta-feira, 5 de dezembro. O pedido de prisão havia sido feito pela Corregedoria da PM à Justiça Militar. Segundo o governo estadual, ele será expulso da corporação. 
 
O soldado foi levado para o presídio militar Romão Gomes, conhecido como Barro Branco, na Zona Norte da capital paulista. No dia seguinte ao caso, a cúpula da Secretaria da Segurança Pública já havia mandado afastar 13 agentes envolvidos na ocorrência, entre eles Pereira.  
 
O grupo é do 24º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Diadema, região metropolitana. Segundo a corporação, os PMs fizeram o registro no sistema operacional da polícia de uma perseguição por cerca de dois quilômetros a uma moto com dois homens considerados suspeitos, mas sem mencionar qualquer arremesso de viaduto.  
 
O caso só veio à tona após a divulgação das imagens da ocorrência. O rapaz atirado da ponte na região de Cidade Ademar não pôde receber socorro logo após a queda, disseram dois homens que afirmam ser testemunhas do episódio. A vítima é Marcelo Amaral, de 25 anos, que trabalha de entregador.  
 
O episódio se junta a uma série de outras ocorrências que têm colocado em xeque a atuação da Polícia Militar de São Paulo, como as mortes recentes de uma criança de apenas quatro anos em uma ação em Santos, no litoral paulista, e de um estudante de Medicina na Vila Mariana, na Zona Sul paulistana. 
 
Nesta semana, também repercutiram imagens de um caso do começo de novembro em que Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, morreu baleado pelas costas por um policial de folga após furtar pacotes de sabão de um mercado no Jardim Prudência, na Zona Sul paulistana. Ao menos onze tiros foram disparados na ocorrência, segundo informações preliminares. 
 
O Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia e pediu a prisão do policial Vinicius de Lima Britto. O PM afirma que agiu em legítima defesa. A versão é contestada pela família da vítima. Segundo o promotor Rodolfo Justino Morais, verifica-se que o denunciado praticou homicídio qualificado, delito hediondo que gera medo e desassossego na comunidade local. 
 
 
Na madrugada do último dia 20 de novembro, o universitário Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morreu após ser baleado em abordagem policial na Vila Mariana. Imagens de câmeras de segurança mostram que ele teria tocado em uma viatura pouco antes de ser alvejado.  
 
“A Polícia Militar de SP está matando por um retrovisor?”, questionou a mãe da vítima, a médica Silvia Mônica Cardenas Prado, de 57 anos. Os dois policiais envolvidos na ocorrência foram indiciados. No Instagram, Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública, prometeu “severa punição” aos envolvidos. 
 
São Paulo tem registrado queda de indicadores como roubos e furtos neste ano, mas 760 pessoas morreram em decorrência de operações policiais no Estado em 2024. Os dados são do Ministério Público. Uma sequência recente de casos colocou pressão sobre a política de Segurança Pública do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).  
 
Segundo ele, “aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos. Além disso, outras providências serão tomadas em breve”, disse o governador em publicação no aplicativo X. 
 
O vídeo do homem sendo atirado da ponte circulou nas redes sociais e aumentou a pressão sobre Derrite. Tarcísio de Freitas disse, porém, que manterá o deputado federal licenciado no cargo e destacou a melhora de indicadores criminais roubos e furtos estão em queda no Estado. 
 
Um motociclista já rendido e uma mulher que estava na garupa foram agredidos por policiais militares durante uma abordagem no Jardim Damasceno, na Zona Norte de São Paulo. O caso aconteceu domingo (), no cruzamento das ruas Gregório Pomar e Fortunato Devoto. 
 
Imagens que circulam em redes sociais mostram o homem sendo arrastado e recebendo golpes de cassetete, socos e chutes quando já estava dominado pelos agentes. A mulher tenta intervir e também é agredida. O motociclista foi perseguido por seis PMs da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam). O casal desobedeceu a um sinal de parada. Um dos agentes jogou a moto contra eles. Todos caíram. 
 
A Secretaria da Segurança Pública confirmou o afastamento de 12 policiais militares que participaram da abordagem que resultou na agressão de Lenilda Messias Santos Lima, de 63 anos, na garagem de sua casa, no Jardim Regina Alice, em Barueri, na Grande São Paulo. A abordagem envolveu o filho dela, o empresário Juarez Higino Lima Júnior, que também foi agredido. Os PMs disseram que usou força moderada para se defender. A Polícia Militar diz em nota que não compactua com nenhuma das ações citadas na matéria.  
 

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