O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, descartou qualquer risco de desabastecimento de derivados de petróleo no país, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, nesta terça-feira, 23 de novembro.
Questionado sobre as refinarias que estão sendo vendidas, ele afirmou que a Petrobras monitora todas as unidades que estão à venda e não há qualquer problema na produção. A estatal colocou oito das suas treze refinarias à venda e até o momento conseguiu vender apenas três.
Segundo Luna, a refinaria de Mataripe, na Bahia, vendida para o fundo de investimentos Mubadala, está com fator de utilização de 91%, mesma média das outras refinarias da Petrobras no momento, e não 60%, como foi questionado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM).
Reajustes
O presidente da Petrobras afirmou que a empresa está há 30 dias sem reajustar os combustíveis e que analisa se fará um reajuste para baixo, mas que nada está decidido. Durante a sessão na CAE, os senadores sugeriram a criação de um fundo estabilizador para reduzir a volatilidade do preço dos combustíveis no mercado brasileiro.
Sugeriram o uso dos dividendos da empresa, enquanto outros parlamentares defendem a taxação das exportações do petróleo. Luna, porém, alertou que a estatal não é a instância correta para essa cobrança, já que se trata de política pública.
Joaquim Silva e Luna disse que a estatal não tem o monopólio no setor de combustíveis no Brasil desde 1997 e que, por isso, não é correto responsabilizar unicamente a estatal pelo aumento dos preços. “Boa parte da sociedade está presa à Petrobras de ontem e não à de hoje”, disse.
“A afirmação de que a Petrobras é um monopólio não está correta. Ela compete livremente com outros atores do mercado”. Disse que a estatal responde por apenas uma fração dos preços do combustível no Brasil. Ele lembrou aos senadores que empresas importadoras têm participação no mercado e na formação de preços.
Entre exemplos de grandes importadoras de diesel e gasolina, ele citou Vibra, Ipiranga, Raízen e a Atem. “A Petrobras acompanha preços de mercado, resultado do equilíbrio entre oferta e demanda”, explicou. “Reajusta os preços dos combustíveis observando os mercados externo e interno, competição entre produtores e importadores e a variação do preço no mercado mundial”, argumentou.