O prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), há algum tempo utiliza as redes sociais como um dos meios de se comunicar com a população. Invariavelmente, os posts são bem produzidos, possivelmente elaborados por especialistas em conteúdo digital. Há também, com menos frequência, postagens particulares, como por exemplo, com animais de estimação.
Mas, nos últimos dias, tais posts têm sido mais simples, dando a entender que são feitos pelo próprio prefeito e não por uma equipe. Tais mudanças são perceptíveis justamente por conta do período de isolamento, uma vez que Nogueira foi diagnosticado com covid-19. O próprio anúncio de que estava com a doença foi uma postagem em vídeo gravado pelo chefe do executivo.
Após essa informação, as redes sociais do prefeito têm alternado materiais por ele confeccionados com os produzidos pela sua equipe. Além do anúncio de que estava com o novo coronavírus, o prefeito fez outro, contando que estava bem e trabalhando. Depois, mostrou uma reunião com representantes do governo do estado sobre as volta às aulas e outro com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, representando a Frente Nacional de Prefeitos, como exemplos.
75% acessam internet
O uso de internet cresce no país. Segundo pesquisa da TIC Domicílios 2019, realizada pelo Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação (Cetic.br), vinculado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil, divulgada ano passado, três em cada quatro brasileiros acessam a internet, o que equivale a 134 milhões de pessoas.
Há dez anos, 41% da população estava nesta condição. Deste então, o crescimento se deu em média de 3,3% ao ano. Em relação à frequência de uso, 90% relataram acessar todos os dias, 7% pelo menos uma vez por semana e 2% pelo menos uma vez por mês.
Os recursos mais utilizados são o envio de mensagens por (WhatsApp) (92%), redes sociais como Facebook e Instagram (76%), chamadas de vídeo por Skype ou WhatsApp (73%), acesso a serviços de governo eletrônico (68%), envio de e-mails (58%), compras por comércio eletrônico (39%) e participação de listas ou fóruns (11%).
Instagram: a rede social mais tóxica
Segundo dados da PewResearch Center, 64% das pessoas entre 18 e 29 anos possuem um perfil no Instagram. São mais de um bilhão de usuários ativos por mês. Matéria publicada no Jornal da USP, mostra uma pesquisa realizada no Reino Unido que elegeu o Instagram a rede social mais tóxica para a saúde mental de seus usuários.
Entre os principais problemas relatados no estudo pelos usuários estão ansiedade, depressão, solidão, baixa qualidade de sono, autoestima e dificuldade de relacionamento fora das redes. A reportagem ouviu a professora HenrietteTognetti Penha Morato, do Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade do Instituto de Psicologia da USP.
Ela diz que o uso intenso das redes sociais suga os usuários e leva a uma elaboração ficcional da realidade. Nas redes, as pessoas buscam alterar virtualmente o que não consideram satisfatório na vida real: “Cada um tenta dizer as coisas da maneira como vê e às vezes provoca para ver como é que vão reagir. É uma distorção criada para modificar a própria realidade com a qual não se está satisfeito ou criada para provocar alguma coisa”.
Conforme Henriette, para manter a saúde mental, é importante não se restringir ao mundo online e observar as possibilidades que existem na vida real. O presidente Jair Bolsonaro é um dos que utiliza as redes sociais com muita frequência. Muitos dos posts são cercados de polêmicas. Mas no último domingo, o presidente sumiu das redes sociais, justamente no dia que o país comemorou a aprovação do uso de vacinas contra a covid-19. Bolsonaro usou as redes para apresentar um material sobre ações de governo.