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Prefeitura veta pagamento via Pix

Foto: Agência Brasil

O prefeito Duarte No­gueira (PSDB) vetou o pro­jeto de lei que autorizava a Secretaria Municipal da Fa­zenda a aceitar pagamento de impostos e taxas via Pix – sistema instantâneo do Banco Central que permite a transfe­rência de recursos entre contas bancárias 24 horas por dia, em dez segundos – e por meio de cartões de crédito e débito.

A proposta havia sido apro­vada na Câmara de Vereadores com o objetivo de facilitar a vida do contribuinte diante de seus compromissos com a prefeitura de Ribeirão Preto. De autoria de Marcos Papa (Cidadania), o projeto pretende garantir aos munícipes o direito de acesso a meios e formas de pagamento digitais disponíveis no mercado.

O projeto autorizava o uso do Pix para quitação de débitos de natureza tributária e não tributária. Com a am­pliação das possibilidades, os munícipes poderiam, inclu­sive, parcelar alguns impostos que hoje são pagos em cota única. O veto foi encaminhado ao Legislativo na última quin­ta-feira, 7 de outubro.

Para justificar o veto, a pre­feitura afirma que, em relação aos débitos tributários, o proje­to não é inconstitucional e não fere o princípio da separação de poderes. Entretanto, ao incluir no artigo 1º a extensão dessas formas de pagamento aos débi­tos não tributários, a proposta comete vício de iniciativa.

Segundo a administração municipal, a matéria relativa a débitos não tributários está in­serida na competência privativa do chefe do Executivo, ou seja, o prefeito, por isso o veto. “Não há como deixar de reconhecer a inconstitucionalidade do termo ‘não tributária’ do artigo 1º do projeto de lei”, diz o texto.

“Ofende as regras de com­petência legislativa e princípio da separação e independência dos poderes”, emenda. Segun­do Marcos Papa, o município comete grave violação aos princípios da administração pública ao se omitir ou retar­dar a regulamentação e o for­necimento dos meios tecnoló­gicos disponíveis que facilitem a vida do contribuinte.

O projeto estabelecia tam­bém que encargos e eventuais diferenças de valores a serem cobrados por conta da utilização do cartão de débito ou crédito deveriam ficar exclusivamente a cargo do seu titular. “Não apenas é um problema ao cidadão médio a quantidade exorbitante de im­postos cobrados pelo Poder Pú­blico, mas também sua alta bu­rocracia e dificuldade”, diz Papa.

“Hoje, é comum ouvir recla­mações de pessoas que não sa­bem o quanto devem, o que de­vem, ou como devem pagar seus impostos”, frisa o parlamentar. O vereador enfatiza que a medida já foi adotada em outras cidades, como Criciúma (SC), Campo Grande (MS) e Santos (SP).

Esses municípios utilizam metodologia com sucesso e pontuam o crescimento dos meios de pagamento por crédito e débito nos últimos anos. “Não se trata de matéria de iniciativa exclusiva do chefe do Executivo. Acredito plenamente que esse projeto beneficiaria toda popu­lação”, conclui o parlamentar.

Desde 4 de outubro, as trans­ferências e pagamentos feitos por pessoas físicas entre as 20 horas e as seis da manhã têm limite de R$ 1 mil. A medida foi aprovada pelo Banco Central (BC) em se­tembro, com o objetivo de coibir os casos de fraudes, sequestros e roubos noturnos.

As contas de pessoas jurí­dicas não foram afetadas pelas novas regras. A restrição vale tanto para transações por Pix, sistema de pagamento instantâ­neo, quanto para outros meios de pagamento, como trans­ferências intrabancárias, via Transferência Eletrônica Dis­ponível (TED) e Documento de Ordem de Crédito (DOC), pagamentos de boletos e com­pras com cartões de débitos.

A prefeitura de Ribeirão Preto já protocolou, na Câmara de Vereadores, o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022, que tem valor recorde para o próximo ano, com receita total estimada em R$ 3.728.645.262. São R$ 205.951.597 a mais que os R$ 3.522.693.665 previstos para 2021, alta de 5,84%.

Do total estimado para o ano que vem, R$ 2.798.609.360 são da administração direta (75,1%) e R$ 930.035.902 da indireta (24,9%). Para 2021, as estimativas indicam R$ 2.652.107.920,00 (ou 75,3%) e R$ 870.585.745,00 (ou 24,7%), respectivamente. Com impostos taxas e outros tipos de contribui­ções, a prefeitura espera arreca­dar R$ 1.212.400.581.

São R$ 439.000.000 referen­tes ao Imposto Predial e Ter­ritorial Urbano (IPTU) e R$ 347.031.450 do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Nature­za (ISSQN). Para a Secretaria Municipal da Educação deverão ser repassados R$ 661.774.003, ou seja, 25% como determina a legislação federal. Outros 15% vão para a Secretaria Munici­pal da Saúde, totalizando R$ 717.400.397.

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