Adriana Dorazi – especial para o Tribuna
A Prefeitura de Sertãozinho tomou novas medidas para tentar conter o avanço da nova onda de Covid-19 que vem lotando as unidades de saúde em toda região Metropolitana de Ribeirão Preto desde o início do ano. De acordo com o Decreto 7939 publicado no Diário Oficial do município nesta semana, três novas decisões do prefeito Dr. Wilson Fernandes Pires Filho (PSDB) passam a incorporar as medidas emergenciais do ‘estado de calamidade’ implantado em novembro passado.
O público de qualquer evento deverá ficar limitado a 70% da capacidade do local onde estiver sendo realizado. Não será permitida a permanência de acompanhantes para o paciente nas Unidades Básicas de Saúde, exceto em casos de necessidade.
A prefeitura também recomenda, através do decreto “às indústrias, comércio e aos prestadores de serviços a utilização do sistema de escalonamento e rodízio de empregados, evitando-se a aglomeração nas entradas e saídas, bem como a adoção do teletrabalho aos seus colaboradores”. (veja nota do Ceisebr a respeito, abaixo).
A medida já está em vigor também no Distrito de Cruz das Posses. Por instabilidade no sistema de controle da Covid-19, nesta quarta-feira, 19, não foi divulgado o boletim oficial de casos, mas no dia anterior foi confirmado um óbito na cidade em decorrência de complicações da doença. Trata-se de um homem, 68 anos, que estava internado no Hospital São Marcos em Morro Agudo.
Também nesta quarta o município deu início ao agendamento da vacinação infantil de 05 a 11 anos. Há servidores afastados em razão da contaminação. Na Santa Casa cerca de um terço dos funcionários está de licença médica.
Indústrias reforçam medidas para evitar a transmissão da Covid-19
O Tribuna solicitou posicionamento oficial do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceisebr), de Sertãozinho, sobre o decreto da prefeitura. Em nota, a entidade informou que desde o início da pandemia, o setor industrial, por ser atividade essencial, adotou protocolos de segurança para viabilizar a continuidade dos trabalhos de forma segura.
“Preocupadas com seu maior patrimônio, as pessoas que colaboram internamente nas organizações produtivas, as empresas não mediram esforços para cumprir rigorosamente as normas regulamentadas pelas autoridades sanitárias, mesmo registrando redução na produção e, consequentemente, no faturamento”, observa o Presidente CEISE Br, Luís Carlos Júnior Jorge.
Para o dirigente, as empresas tiveram que se reiventar, estudar e colocar em prática estratégias de locomoção e acesso dos trabalhadores, métodos sistemáticos de manutenção e higienização de máquinas e equipamentos de linha de produção, além de adequação de lay out das plantas industriais e até mesmo dos escritórios, adequando suas estruturas físicas e de sistemas operacionais para minimizar a possibilidade de que seus profissionais corram o risco de contágio.
Júnior Jorge elogia o empresariado em razão de que “somos milhares de empresas, de diversos tamanhos, com quantidades absolutamente diferentes de trabalhadores, com características próprias de operação, o que demandou um esforço muito grande para que tivéssemos condições ideais, uma vez que o modelo adotado por uma empresa, certamente não caberia para outra”, observa.
A preocupação com os trabalhadores levou a entidade a promover campanhas de orientação e reuniões virtuais com o sindicato da categoria, demonstrando total preocupação com o bem estar de todos os partícipes do segmento.
O advogado Dr. João dos Reis, que presta assessoria jurídica ao CEISE Br observa que o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, quando há comprovação, reconhece a Covid-19 como doença do trabalho. “Para não correr o risco de uma ação deste tipo, nossas empresas não só aplicaram as medidas necessárias ao combate à pandemia, conforme portaria conjunta da Secretária de Inspeção do Trabalho com o Ministério da Saúde, portaria 20/2020 que estipula os procedimentos que as empresas devem seguir, mas também desenvolveram e aplicam protocolos até bem mais rígidos. Pela segurança de seus trabalhadores”, detalha.
Consultadas sobre os procedimentos adotados, empresas associadas revelaram que assim como exigido pelas autoridades sanitárias, foram adotados protocolos sanitários internos, mas também externos com clientes, para proteção dos colaboradores que ficam em campo. Outra medida importante, foi a doção do Home Office para os trabalhos plausíveis de serem realizados em casa, ou seja, todas as atividades com possibilidades de serem feitas remotamente.
“O CEISE Br continua orientando as empresas quanto ao cumprimento das normas legais adotadas com o objetivo único de contribuir para que o setor continue produzindo, empregando, mas, acima de tudo, preservando a saúde de todos”, conclui o comunicado.