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Prefeitura autoriza obra nos museus  

Ordem de serviço que autoriza o início das obras da reserva técnica dos Museus Histórico e do Café foi assinada nesta quinta-feira (2)  

Nesta quinta-feira prefeito Duarte Nogueira assinou a ordem de serviço que autoriza o início das obras de construção da reserva técnica dos museus  (Fernando Gonzaga)

Na manhã desta quinta-feira, 2 de maio, o prefeito Duarte Nogueira (PSDB), o secretário da Cultura e Turismo, Pedro Leão, e representantes da empresa GG Ribeirão Construções Ltda-EPP assinaram a ordem de serviço autorizando o início das obras da construção do prédio da reserva técnica dos Museus Histórico e de Ordem Geral Plínio Travassos dos Santos e do Café Coronel Francisco Schmidt, no campus da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto.

O valor máximo estimado pela obra era R$ 6.021.836,76, mas a concorrência eletrônica alcançou uma economia de 19,26% com a proposta de R$ 4.862.000 feita pela empresa GG Ribeirão Construções Ltda., desconto de R$ 1.159.836,76

Esta foi a primeira concorrência pública realizada pela Secretaria da Administração de Ribeirão Preto sob os parâmetros da nova Lei das Licitações e Contratos Administrativos (número 14.133/2021). No total, 24 empresas participaram da licitação.

Ofertaram lances em valores inferiores ao total estimado, numa espécie de leilão pelo menor preço. A homologação e adjudicação do processo licitatório serão publicadas no Diário Oficial do Município desta quinta-feira, 18 de abril. O prazo para conclusão é de 15 meses.

“A primeira etapa será a construção de uma reserva técnica que vai receber todo o acervo museológico, ou seja, dos Museus Histórico e do Café. Assim que iniciarmos a construção, nós teremos um educativo para acompanhar os trabalhos de inventário, de catalogação, da construção da Reserva e também do tão sonhado retorno do chorinho no museu aos domingos”, explica Pedro Leão.

A construção da reserva técnica irá resolver um problema histórico de salvaguarda do acervo de seis mil peças, para que as etapas de restauro dos prédios sejam iniciadas. O projeto foi aprovado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) e o edifício será construído atrás da Casa do Colono, com área total de 1.211,52 metros quadrados e três andares: térreo, pavimento inferior e superior.

O projeto foi desenhado para que o pavimento térreo (intermediário) possa acessar diretamente o nível do Museu do Café. A altura da nova edificação não pode ultrapassar a altura do prédio histórico. Em janeiro também foram apresentados detalhes sobre o serviço de elaboração do inventário dos acervos dos dois museus, que irá resguardar e garantir que o acervo seja organizado de forma sistematizada em banco de dados e salvaguardado na reserva técnica que será construída.  

Estima-se cerca de seis mil objetos que serão organizados sob uma mesma tipologia, higienizados, etiquetados, catalogados, fotografados e embalados. Para este trabalho, será envolvida equipe de técnicos e especialistas como conservadores, agentes de acervo, inventariantes, fotógrafo, museóloga, historiadora e especialista em obras de gesso e especialista em mitigação de térmitas (controle de pragas). O valor estimado dos serviços é de R$ 380 mil.

De acordo com o presidente do Conppac, Lucas Gabriel Pereira, o projeto segue as readequações solicitadas pelos conselheiros em reunião anterior. Atende aos aspectos ambientais e paisagísticos do entorno, levando em consideração as construções coloniais, e deve ser um legado os próximos 50 a 100 anos 

O projeto de restauro não compreende somente a reforma e restauro dos museus, mas também a Casa do Colono, coreto e belvedere, os jardins e o entorno, inclusive o cercamento do complexo. Além da reserva técnica, também prevê a construção de estacionamento para os visitantes. 

Esses novos locais serão incluídos em espaços que não irão interferir no patrimônio histórico. A novela do restauro dos dois museus começou em 2016, quando ambos foram interditados, depois que o forro de um dos cômodos desabou. 

Com base em ação civil movida pelo Ministério Público, em outubro de 2017, a Justiça determinou que a prefeitura iniciasse, em até 90 dias, a restauração dos museus, sob pena de multa diária de R$ 1 mil. A administração recorreu da sentença, que acabou sendo mantida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).   

Já em janeiro de 2019, a Justiça determinou que a prefeitura de Ribeirão Preto teria de reformar os museus em até dois anos, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia de atraso. Os acervos também deveriam ser restaurados dentro de um ano.

“Essa licitação para construção da reserva técnica é para oferecer uma infraestrutura segura para deslocar o acervo com mais de seis mil peças catalogadas dos dois museus para, em seguida, iniciarmos o restauro dos outros dois imóveis”, disse Duarte Nogueira.

O Complexo  dos Museus
Com o objetivo de contar a história do “ciclo do café” em Ribeirão Preto e no Brasil, Plínio Travassos dos Santos começou a recolher e colecionar objetos alusivos a cultura do “ouro verde”. Em 20 de janeiro de 1955, já com um número significativo de objetos, foi inaugurado o Museu do Café, instalado provisoriamente, em três salas e três corpos das varandas que circundam o edifício do Museu Histórico.

O prédio do Museu do Café Coronel Francisco Schmidt foi inaugurado oficialmente em 26 de janeiro de 1957, no campus da Universidade de São Paulo (USP). O Museu Histórico e de Ordem Geral começou a sair do papel em 1938, por iniciativa do seu patrono Plínio Travassos dos Santos. Com o objetivo de criar um Museu em Ribeirão Preto. A criação foi oficializada em julho de 1949.

Em 1950, o município recebeu por empréstimo a casa-sede (antigo Solar Schmidt) da Fazenda Monte Alegre. Este imóvel e a área circundante foram posteriormente doados (em regime de comodato) mediante autorização legal. Em 28 de março de 1951, instalado definitivamente no antigo Solar Schmidt, o museu foi inaugurado, com as seções Artes, Etnologia Indígena, Zoologia, Geologia e Numismática.

Os Museus Histórico e do Café abrigam um dos mais importantes acervos relacionados ao café, formado por cerca de seis mil objetos, dentre eles documentos históricos, fotografias, numismática, etnologia indígena, mineralogia, mobiliário, indumentária, além de obras de arte como pinturas e esculturas de artistas de renome como Victor Brecheret, Rodolfo Bernardelli, José Pereira Barreto, Tito Bernucci, Oscar Pereira da Silva, J. B. Ferri, Odete Barcelos, Colette Pujol, muitas com temática histórica.

 

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