Em reunião realizada na noite de segunda-feira, 14 de outubro, na sede da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), representantes da prefeitura afirmaram que as principais propostas da entidade para amenizar os impactos das obras do Programa Ribeirão Mobilidade serão acatadas pelo Executivo.
Ainda em 2018, a Acirp solicitou à prefeitura que as obras sejam executadas por etapas e que comecem onde há menor número de comércios para não prejudicar as vendas do período natalino. Na reunião, o secretário interino de Obras Públicas, Luiz Eugenio Scarpino, afirmou que as duas propostas da associação serão integralmente acatadas pela administração municipal.
“Isso [realização das obras por etapas e iniciá-las pelos locais com menos comércios] faz parte do termo referencial, não é nem gentileza, é obrigação. Isso está garantido. Essa matriz de entendimento é para todos os corredores”, afirmou. Em julho deste ano, após diversas reuniões com empresários e de estudos realizados pelo Núcleo de Acompanhamento ao Plano Diretor e suas Leis Complementares da Acirp, a entidade entregou à prefeitura um ofício.
No documento havia propostas para diminuir possíveis prejuízos para comerciantes e moradores das regiões onde os editais já haviam sido publicados e fará o mesmo nas outras regiões. Uma das principais preocupações dos empresários da cidade é em relação aos corredores de ônibus, já que algumas vagas de estacionamento serão extintas.
Por isso, a Acirp também propôs que sejam criadas alternativas para a manutenção e/ ou aumento das vagas rotativas em vias perpendiculares e paralelas. “Milhares de empresas estão localizadas ao longo das avenidas onde serão construídos os corredores de ônibus e outras obras”, diz Dorival Balbino, presidente da Acirp.
“Como estamos vindo de longos anos de crise e queda nas vendas, sabemos que alguns poucos meses de piora nos negócios podem ser a diferença entre a vida e a morte de muitas empresas. Por isso, a ACIRP está atuante para amenizar ao máximo os impactos para nossos associados e a população de Ribeirão de maneira geral”, afirma.
Participaram da reunião de ontem a diretoria da ACIRP, Luiz Eugênio Scarpino, secretário interino de Obras Públicas, Cantídio Maganini, diretor de Fiscalização de Obras Públicas, Antônio Carlos de Oliveira Júnior, superintendente da Empresa de Trânsito e Transporte Urbano (Transerp) e o engenheiro José Mauro de Araujo, também da Transerp.
Corredores de ônibus
O corredor de ônibus da avenida do Café deverá ser o primeiro a ser implantado em Ribeirão Preto. Segundo a prefeitura, as obras começam ainda este mês e o prazo de execução estimado é de doze meses. Através de processo licitatório, a empresa DGB Engenharia foi contratada por R$ 14.865.789,59, frente ao investimento previsto de R$ 18.185.496,77.
Esse corredor fará a ligação do campus da Universidade de São Paulo (USP) até a estação rodoviária, por toda a extensão da avenida do Café. Neste mês, também deverão ter início as obras de construção dos corredores das avenidas Dom Pedro I, Saudade e São Paulo, além da construção de um viaduto no cruzamento das avenidas Brasil com Mogiana (zona Norte de Ribeirão Preto). A obra integra o trecho inicial do corredor estrutural Norte-Sul.
No total, serão 56 quilômetros de corredores de ônibus percorrendo as principais avenidas do município, além de pontes, túneis e viadutos. O investimento total do programa Ribeirão Mobilidade se aproxima de R$ 500 milhões, sendo R$ 310 milhões provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento II – PAC da Mobilidade Urbana e do Saneamento, do governo federal, o restante, cerca de R$ 190 milhões, do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) e outras agências de crédito. A previsão é de que todas as obras sejam concluídas em dois anos.