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Prefeito recebe plano do comércio para as obras de mobilidade

Comitê de Acompanhamento desenvolve novo plano de ação para amenizar impactos das obras de mobilidade no comércio de Ribeirão Preto (Divulgação)

O Comitê de Acompanhamento das Obras de Mobilidade, em Ribeirão Preto, entregou ao prefeito Duarte Nogueira (PSDB), na tarde de quinta-feira, um plano de ação com medidas para minimizar os impactos das obras no comércio varejista. Trata-se de uma versão atualizada do projeto desenvolvido em abril de 2023, considerando o cenário de agora com visão de curto, médio e longo prazos.

Além do prefeito Duarte Nogueira, também participaram da reunião o secretário da Casa Civil, Alessandro Hirata, e o vereador Renato Zucolotto (PP), que facilitou o encontro. Liderado por Sindicato do Comércio Varejista (Sincovarp) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL RP), o Comitê de Acompanhamento já reúne 23 entidades e movimentos setoriais, e mais de 60 empreendedores.

Proteção às vendas – Entre as 15 sugestões entregues ao prefeito está um novo cronograma de interrupções/flexibilizações das obras de mobilidade nas vésperas das datas sazonais do calendário varejista de 2024, segundo Paulo César Garcia Lopes, presidente do Sincovarp e da CDL RP. “Apontamos semanas, dias e horários, de forma a proteger e estimular as vendas do comércio no ano todo”, diz.

“Em especial no Dia das Mães, Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e no período de Natal. São soluções desenvolvidas principalmente para facilitar o acesso dos consumidores às lojas impactadas pelas obras em toda a cidade”, emenda.

Nove de Julho – O plano de ação também contempla medidas específicas para a avenida Nove de Julho que agoniza, há sete meses, desde que as intervenções começaram na parte tombada pelo patrimônio histórico. Com o rompimento do contrato entre a Secretaria Municipal de Obras Públicas e a Construtora Metropolitana, do Rio de Janeiro, no início de dezembro de 2023, a situação piorou ainda mais.

As obras, com apenas 7,7% dos trabalhos concluídos, quando a previsão era atingir 40% em setembro, foram paralisadas por tempo indeterminado até que seja finalizada uma nova licitação. Segundo Duarte Nogueira, “queremos concluir a nova licitação da Nove de Julho até o fim de abril de 2024, para uma retomada imediata das obras”.

Sobre as obras de corredores de ônibus no Centro, o prefeito disse que “a conclusão está prevista para o final de maio”, caso não haja nenhuma intercorrência. No que diz respeito ao eixo Leste/Oeste, “a meta é concluí-los até setembro de 2024”, cravou.

“Entre as medidas que sugerimos em benefício da Nove de Julho estão três projetos alternativos para a criação de bolsões de estacionamento rotativo de veículos leves, aproveitando o próprio trecho interditado para facilitar o acesso de consumidores aos estabelecimentos que viram as vendas despencarem”, disse André Rezende, coordenador do Comitê de Acompanhamento e Relações Institucionais do Sincovarp e CDL RP.

Para embasar ainda mais a sugestão, o comitê consultou o engenheiro civil José Roberto Romero, especialista com 49 anos de atuação na área. Ele avaliou o local e, também, participou da reunião com o prefeito. Atestou pessoalmente a viabilidade. “O trecho entre as ruas Marcondes Salgado e São José só não é resistente ao trânsito de veículos mais pesados. Para veículos mais leves, o pavimento é totalmente resistente. Todas as soluções apresentadas pelo comitê são viáveis”, afirmou.

Pedidos – Além de cobrar agilidade por parte da prefeitura, o comitê pede a conclusão do trecho 1 e a liberação total da Nove de Julho, até que a situação da nova licitação seja resolvida. Além dos bolsões de estacionamento, requer que os cruzamentos da avenida Julho com as ruas Comandante Marcondes Salgado e São José sejam liberados até o reinício dos trabalhos.

Pede ainda ações periódicas de limpeza, roçada e zeladoria para manter o ambiente mais seguro e atrativo para os consumidores. Solicita a adesão da Guarda Civil metropolitana (GCM) ao projeto “Vizinhança Solidária”, que o comitê criou em conjunto com a Polícia Militar. Ainda quer monitoramento e manutenção constantes da iluminação pública e melhoria e adequação da sinalização de trânsito da região.

O prefeito Duarte Nogueira afirmou que o plano de ação será avaliado até a próxima semana quando o executivo apresentará uma devolutiva ao Comitê de Acompanhamento. Lauro Santos, proprietário da Familiare e integrante do Comitê de Acompanhamento, sofreu queda de 35% a 40% no movimento de clientes e já teve de demitir quatro colaboradores por conta dos impactos das obras.

Na reunião com o prefeito, ele afirmou que o comércio da Nove de Julho está vivendo um processo de “asfixia”. “A Nove de Julho está pedindo socorro! Por isso viemos ao prefeito para mostrar a real situação, com embasamento e verdade”, disse.

“Acreditando no cronograma inicial das obras, nos preparamos para dois meses de interdição e o problema já se arrasta por sete meses e sem data para terminar. É muito complicado para as micro e pequenas empresas que são a maioria das que operam na avenida e seu entorno. Precisamos atrair os clientes de volta”, ressaltou.

A celeuma da  Nove de Julho
Nesta semana, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), por meio do desembargador Borelli Thomaz, manteve a liminar concedida em mandado de segurança a favor da Construtora Metropolitana, do Rio de Janeiro, pelo juiz Gustavo Müller Lorenzato, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto. A empresa questiona as penalidades impostas pela prefeitura na rescisão unilateral do contrato.

As obras na avenida Nove de Julho começaram no dia 20 de junho do ano passado. O primeiro trecho já deveria ter sido entregue, em 22 de setembro, e hoje 40% dos trabalhos deveriam estar concluídos. Porém, apenas 8% foi realizado pela Construtora Metropolitana, que venceu o certame por R$ 31.132.101,77.

Por conta do atraso, a prefeitura rescindiu unilateralmente o contrato, em 12 de dezembro do ano passado, após notificar a empresa cinco vezes. A decisão do TJSP saiu na segunda-feira (22) em julgamento de recurso – agravo de instrumento – impetrado pela prefeitura de Ribeirão Preto. 

Na decisão, o desembargador manteve a rescisão do contrato, mas suspendeu as penalidades que o rompimento produziu. Ou seja, manteve a suspensão da multa de 10% sobre o valor remanescente do contrato e autorizou a Metropolitana a contratar com o município de Ribeirão Preto. O valor da multa é de R$ 2.861.442,58 – equivale a10% do valor remanescente de R$ 28.614.425,83.

Também estão suspensas a retenção, por parte da prefeitura de Ribeirão Preto, do seguro-garantia no valor de R$ 1.556.000, e a abertura de procedimento de inidoneidade contra a empresa, conforme determina a Lei de Licitações (número 8.666/1993) em rescisões em que existe dolo por parte da contratada. 

 

 

 

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