Ribeirão Preto estuda a implantação de um porto seco aduaneiro para atividades de importação e exportação ligadas ao Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes. A ideia é que o equipamento seja instalado em parte do Parque Permanente de Exposições, o popular “recinto da Feapam” – onde era realizada a Feira Agropecuária da Alta Mogiana.
Porto seco ou estação aduaneira é uma área alfandegada de uso público localizada em zona secundária. Ou seja, próxima de regiões com grande volume de produtos a serem comercializados, tanto para importação de mercadorias como exportação.
No caso de Ribeirão Preto, uma das funções do porto seria alavancar as exportações e importações de toda a região, que devem aumentar com a ampliação e as reformas no Leite Lopes. O aeroporto será preparado para receber voos internacionais de carga e, posteriormente, também de passageiros.
“Estamos estudando a implantação de um polo aeroportuário em parte da área do Parque Permanente de Exposições para ser um porto seco de atividades aduaneiras e pensar nas oportunidades de voos para a América Latina”, diz o prefeito Duarte Nogueira (PSDB).
O tucano afirma que vai conversar com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre qual tipo de aeronave poderá pousar e decolar no Leite Lopes após a reestruturação da pista. Os investimentos previstos no contrato de concessão devem permitir que Ribeirão Preto receba aviões de maior porte, com mais autonomia e maior capacidade de carga.
Ribeirão Preto já tem um terminal alfandegado de 30 mil metros quadrados, sob a gestão do Grupo Rodrimar, em zona secundária, onde são movimentadas mercadorias de importação e exportação sob controle aduaneiro. A permissão desta operação consta no ato declaratório da Secretaria da Receita Federal nº 8 de 2 de fevereiro de 1999.
Além de armazenagem e movimentação de mercadorias, o Terminal Ribeirão Preto presta serviços de estadia de veículos e contêineres, pesagem, limpeza e desinfecção de veículos, fornecimento de energia, retirada de amostras, lonamento e deslonamento, emissão de títulos, colocação de lacres, expurgo, embalagem e reembalagem, unitização e desunitização entre outros serviços.
No último sábado, 5 de fevereiro, O governador João Doria (PSDB) sacramentou a celebração do contrato de concessão do Leite Lopes, um dos onze aeroportos do Bloco Sudeste, que receberá investimento de R$ 266.579.190,00.
Somente neste terminal do Leite Lopes serão investidos R$ 130.282.812 pelo Consórcio Voa NW e Voa SE, que venceu o leilão de concessão do aeródromo de Ribeirão Preto e mais dez aeródromos com ágio de 11,5% sobre a outorga mínima, com a proposta de R$ 14.737.486. Ou seja, 48,9% dos recursos serão aplicados no aeroporto ribeirão-pretano.
Este bloco inclui também os aeroportos de Araraquara, São Carlos e Franca. O leilão do Aeroporto Leite Lopes foi realizado em 15 de julho do ano passado, na sede da B3, na Bolsa de Valores do Brasil, em São Paulo. O aeroporto local é classificado pela Anac, como sendo da categoria 4C. Este tipo de aeroporto permite a operação de aeronaves dos modelos Airbus A320, A321 e Boeing 737-800, que são os mais utilizados em voos dentro da América do Sul.
As obras no Leite Lopes contemplarão a ampliação do terminal de passageiros, que passará de 500 passageiros por hora durante o horário de pico para 785. O projeto prevê ainda a expansão em dois mil metros quadrados da área útil. A ampliação permitirá movimentar mais de dois milhões de usuários ao ano.
Cerca de R$ 37,7 milhões serão investidos nos primeiros quatro anos de concessão, segundo a Artesp. Para o primeiro ano, as principais intervenções previstas estão concentradas em melhorias nas pistas de pouso e decolagem dos aeroportos, especialmente para recapeamento, iluminação e repintura, assegurando padrões de segurança aos usuários dos aeroportos.
Estes serviços envolvem a pista principal, área de taxiamento e pátio, adequação de segurança, Papi (sistema de aproximação visual) e sinalizações horizontais e verticais. O edital para concessão dos onze aeroportos do Grupo Sudeste prevê um total de R$ 266.579.190,00. Ou seja, 48,9% dos recursos serão aplicados no de Ribeirão Preto.
Outros setores do Leite Lopes também receberão investimentos. Entre as obras previstas estão o recapeamento, iluminação e repintura da pista de pouso, no valor de R$ 20.276,645,00, estacionamento de veículos (R$ 8.810.986,00) e medidas contra o ruído aeronáutico (R$ 3.217.625,00).