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Prefeito, por que sacrificar a cidade?

Nunca se sabe com certeza como cresce uma cidade e por onde se fixa o seu povo. Há teorias e superstições. Apontam-se os arredores da primeira igreja, os cursos tortuosos dos rios, como os desbravadores decidiam caminhar. Ribeirão já perten­ceu a São Simão, é menos antiga que Pirassununga, chegou a 164 anos com suas histórias e um crescimento explicável.

1. Depois de Costábile Romano e Condeixa Filho, o prefeito Welson Gasparini nos anos 60 (primeiro mandato), idealizou e abriu o Morro das Sete Capelas (era o “do Cipó”, “do Bosque”); surgiu a Av. Meira Junior, início do desenvolvi­mento da cidade. Campos Elíseos, Jardim Paulista e adjacên­cias cresceram, são uma outra cidade, juntando-se aos bairros que hoje ultrapassam os limites da Via Anhanguera. Foi a primeira arrancada para ser esta grande cidade. Teve visão.

2. Duarte Nogueira, o pai, no primeiro governo, anos 70, re­vitalizou o Córrego do Retiro e a Avenida Francisco Junqueira, deixando-a como futuro de agora. Foi difícil, obra valiosa para a cidade, interligando bairros com o Centro. Valeu.

3. Novamente Gasparini, nos anos seguintes, cuidou de outros bairros e da área central, dos calçadões, especialmente em trechos mais comerciais das ruas General Osório, Álvares Cabral e Tibiriçá. Aguarda ampliação.

4. João Gilberto fez pontilhões.

5. Palocci Filho e Gilbert Maggioni, anos 90, abriram a Zona Sul, no impulso do RibeirãoShopping e tendência de crescimento dos bairros (Santa Cruz, City e outros).

6. Roberto Jábali valorizou o meio ambiente (Parque Curupira).

7. Darcy Vera extinguiu o estacionamento de veículos na Francisco Junqueira, liberando o trânsito. Não teve disposi­ção para implantar na Nove de julho. Melhorou a av. Jerôni­mo Gonçalves, que tinha enchentes.

8. Agora, Duarte Nogueira Júnior optou por um vasto plano viário, em diversos setores urbanos, com pontes, via­dutos e até um engenhoso túnel (área de difícil acesso) entre grandes avenidas (Independência, 9 de Julho e Vargas).

É incontestável a necessidade das melhorias para os ribeirão-pretanos, nos horários críticos rumo ao trabalho, às escolas dos filhos e às demais atividades. Claro, queremos modernidade e crescimento para a cidade.

Custo das obras, só depois: dinheiro têm ou terá(???), que não sejam mais impostos em meio à pandemia (calamidade).

Porém, a oportunidade das obras fere a expectativa geral (empresários, inclusive). Exemplo: túnel da Independência/ Nove de julho e Vargas, vai transtornar a circulação neste fim de ano, impedirá por seis, sete meses o acesso às lojas, postos de combustíveis, bancos e a outros negócios essenciais? Isso agrava a situação do comércio (há cinco meses sem renda, sem empregados, nem estoque, quando voltará ao “nor­mal”?). Em 2021 terá IPTU novo?

A pressa para tocar as obras é vontade de fazer ou “febre” eleitoral? Vem eleições, prefeito candidato, competirá…

A Acirp foi ouvida ? Houve consulta popular?

Não há lei que exija iniciar obra que nem será concluída este ano. Ou há? A sensibilidade do governante é que deve haver, sempre, ainda que a pandemia crie atropelos. Que tal evitar esse sacrifício?

Retardar por respeito não sacrifica, é inteligente, pode valer uma eleição. Há tempo, prefeito.

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