Nesta segunda-feira, 23 de setembro, a prefeitura de Ribeirão Preto realizou, em uma iniciativa da Secretaria Municipal da Cultura, a 14ª Jornada do Patrimônio Cultural. O evento ocorreu no Auditório Meira Júnior do Theatro Pedro II.
O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) garantiu que vai reformar o Palácio Rio Branco, o Museu Histórico e de Ordem Geral Plínio Travassos dos Santos, que abriga o Museu do Café Coronel Francisco Schmidt, no Complexo dos Museus, no campus da Universidade de São Paulo (USP), e a maria-fumaça “Amália” da praça Francisco Schmidt, na Vila Tibério.
Além do tucano, participaram do evento a secretária da Cultura, Isabella Pesotti, o secretário da Educação, Felipe Elias Miguel, a presidente da Fundação Dom Pedro II, Mariana Jábali, e o presidente do parlamento da Região Metropolitana, Maurício Gasparini, além de prefeitos, secretários e representantes dos 34 municípios que formam a RMRP.
“Como diz o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, ‘ninguém rasga um velho retrato de família’. Então, a gente não pode sair por aí rasgando monumentos, prédios históricos, os locais importantes que fundamentam a memória da cidade”, afirmou Nogueira em seu pronunciamento. O chefe do Executivo também falou sobre a urgência em preservar os prédios históricos de toda a região e ressaltou que o último restauro realizado na sede da prefeitura de Ribeirão Preto ocorreu em 1992.
Ainda que sem recursos próprios do Tesouro devido às dívidas do passado, Nogueira afirmou que a administração tem buscado recursos externos para restaurar o Palácio do Rio Branco, que tem 102 anos, e transformá-lo em um centro cultural de exposições permanentes e temporárias. “Vamos restaurar e reformar o Museu Histórico e do Café, assim como a locomotiva da Praça Schimdt e uma série de outros equipamentos históricos, culturais e arquitetônicos da cidade”, diz o prefeito.
“Na próxima reunião da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, vou propor uma câmara técnica de patrimônio cultural para que a gente possa perenizar e constitucionalizar uma mudança que possa ser continuada pelos sucessores”, garantiu.
O encontro foi realizado com o objetivo de abrir debates referentes à corresponsabilidade do poder público junto aos bens culturais de suas cidades e a apresentação, pelos palestrantes convidados, de diretrizes que contribuam nas ações de proteção e preservação desses patrimônios, sendo eles arquitetônico, natural e intangível.
A Câmara de Vereadores aprovou, em 12 de setembro, projeto de lei em que autoriza o Executivo a contratar um novo financiamento junto ao Banco do Brasil, no valor de R$ 75,45 milhões. Com a autorização, a Secretaria Municipal da Cultura terá recursos para restaurar o Museu do Café, a maria-fumaça “Amália” e o Palácio Rio Branco, que futuramente vai virar centro cultural. O projeto de recuperação destes patrimônios prevê investimento de R$ 13,45 milhões.
Segundo Isabella Pesotti, “uma das bases da cultura é a preservação patrimonial. Quando falo de patrimônio, me refiro a tudo aquilo que forma o patrimônio da nossa região em algo tão rico e tão diverso. Por isso, tentamos reunir o máximo de municípios para tecermos uma rede de proteção patrimonial, uma rede de trabalho mútua e contínua para que, assim, a gente consiga delinear políticas públicas de preservação tanto da história, quanto da memória e dos edifícios”, explica.
Durante a jornada, Duarte Nogueira ainda assinou a declaração de comprometimento em participar do projeto “Comissão de Preservação do Patrimônio Cultural da Região Metropolitana de Ribeirão Preto”. O objetivo é possibilitar trocas entre os municípios e, assim, propor ações coordenadas para identificar, fomentar, difundir e proteger o patrimônio cultural. “Vamos ter muitas oportunidades de institucionalizar ações mais concretas, perenes e organizadas para as 34 cidades e o 1,72 milhão de pessoas que representamos”, concluiu o prefeito.