O prefeito de Ribeirão Preto Duarte Nogueira (PSDB), deve nomear um líder do governo no Legislativo para o exercício de 2019. A afirmação foi feita ao Tribuna em entrevista especial publicada na edição de domingo, dia 28 de dezembro. “Penso que talvez agora a gente, quem sabe, tenha um líder do governo. Estou avaliando essa questão. É bem provável que tenhamos”, disse. Segundo Nogueira, a definição de um líder depois de dois anos sem nenhuma liderança parlamentar não tem relação direta com a nova Mesa Diretora presidida pelo vereador Lincoln Fernandes (PDT) e considerada eminentemente oposicionista.
A nova presidência assumiu o comando da Câmara no dia 1 de janeiro, mas politicamente – em plenário -, ela começará seus trabalhos no dia 5 de fevereiro quando será realizada a primeira sessão pós-recesso para a definição dos integrantes das Comissões Permanentes, entre elas as de Constituição e Justiça e a de Finanças. “Não só a nova Mesa Diretora será oposição, como a de 2018 foi de oposição e a de 2017 também. Portanto, a escolha de um líder não tem nada a ver com isso”, completou o prefeito. No dia 10 de janeiro o Legislativo realiza sessão extraordinária – ver matéria nesta página.
O prefeito garante que nos dois primeiros anos de seu mandato, entendeu que não precisava ter um líder no Legislativo. “Nunca tivemos uma maioria instituída. Ela foi uma maioria construída com o diálogo. Nós temos nove vereadores que foram eleitos na minha coligação, outros dezoito não foram. Também não utilizei de nenhum método que não fosse republicano para dialogar com os vereadores. E isso foi bom para Ribeirão, porque o Executivo cumpriu o seu papel ciente de uma fiscalização institucional importante da Câmara”, explicou. A administração, contudo, não listou nomes de parlamentares que poderiam ocupar esta função.
Com um líder no Legislativo a ideia é que ficaria mais fácil a articulação e, conseqüente, aprovação de projetos de interesse do governo. Entre os projetos do Executivo que aguardam o final do recesso para serem votados, está o que cria o teto de aposentadoria para os novos servidores municipais que ingressarem no serviço público após a criação da lei. Este teto teria o mesmo valor do pago aos aposentados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social – atualmente de R$ 5.645,81. Caso o servidor deseje receber quando se aposentar mais do que este teto, contribuiria também com um plano de previdência complementar.
Os mais cotados
Na Câmara Municipal os parlamentares com mais afinidades com o Executivo são André Trindade (DEM), Elizeu Rocha (PP), Maurício Gasparini (PSDB) e Rodrigo Simões (PDT). Consultado pelo Tribuna o vereador André Trindade disse que conversaria com o prefeito sobre o assunto, caso o tema fosse colocado em pauta por Nogueira. “Não seria uma tarefa fácil, mas não recusaria em conversar com o prefeito sobre essa possibilidade”, afirma.
O vereador Elizeu Rocha também revelou que analisaria o convite, caso ele fosse feito, e que tem estado ao lado do prefeito nos projetos que, segundo ele, são importantes para a cidade e a população. “Conversaria com meu grupo político, mas pessoalmente me sentiria lisonjeado com um eventual convite”, garantiu.
Já Rodrigo Simões (PDT), que presidiu a Câmara de vereadores em 2017 e que é considerado nos meios políticos o preferido pela atual Administração afirma que não foi procurado e que se isso acontecesse conversaria com sua base de apoio e sua família para depois decidir. “Meu relacionamento com o governo é de trânsito livre e de respeito mútuo”, completou.
Novos coordenadores
A presidência da Câmara nomeou, nesta quinta-feira, seus novos coordenadores jurídicos e administrativos. A Coordenadoria Jurídica será ocupada pelo advogado Odair Luiz, membro da Comissão de Estudos de Direito do Trabalho da 12ª Subseção da OAB/ RP. Ele substitui Alexandra Christino da Silva. Já a Coordenadoria administrativa terá como responsável o advogado Ney Duboc Garcia, servidor municipal de carreira lotado na coordenadoria Jurídica do Legislativo. Ele substitui Jonatans Samuel de Souza.