Adriana Dorazi – especial para o Tribuna
*cobertura presencial e imagens de Karina Piva
Em sessão extraordinária realizada nesta terça-feira, dia 18, a Câmara de Vereadores de Pirassununga cassou por oito votos a dois o mandato do prefeito Dr. Milton Dimas Tadeu Urban (PSD). O placar foi o mesmo em duas acusações apontadas no relatório final de uma Comissão Processante aberta no Legislativo.
Essa comissão apurou convênios, contratos públicos e outros indícios de irregularidades, indicando falhas de fiscalização principalmente nos convênios realizados com a Santa Casa da cidade já durante a pandemia da Covid-19. O pedido de cassação na Câmara foi feito por José Rubens Tuckmantel, um munícipe.
O advogado de defesa do prefeito, Alexandre Amadeu, classifica a decisão como política. “Tenho dito desde o início que nos aspectos técnicos e políticos não há ilegalidades praticadas pelo prefeito Dimas. Vamos avaliar com mais calma a votação e decidir se faremos recurso no Judiciário”, declarou.
Ele chegou a pedir a nulidade do processo por entender que não teria havido amplo direito de defesa. “A Câmara também deveria ter critério mais técnico para aceitar denúncia já que há decisão federal que autoriza compras sem licitação neste período, o que foi ignorado aqui”, completou.
O vereador César Ramos da Costa (PSD), presidente da comissão processante, entende como justo o relatório que apontava a cassação. “Acredito que o resultado foi correto de acordo com o trabalho criterioso que fizemos ao ouvir 16 testemunhas mais a palavra do próprio ex-prefeito”, explica. Os parlamentares membros não concordam com a alegação de cerceamento de ampla defesa.
Mesmo vereadores da “base de apoio” votaram favorável à cassação, como o parlamentar Natal Furlan, outro colega de partido de Dimas. “Estou aqui (na Câmara) há muito tempo. Não podia ir contra meus amigos vereadores, voto sempre junto com eles e a favor do povo”, afirmou.
Quem assume a administração municipal é o vice da chapa, José Carlos Mantovani (sem partido), também médico. “Nunca esperei estar fazendo o que fizemos hoje. Infelizmente aconteceu. Considero o Dr. Dimas apesar de alguns terem me acusado de coisas ruins. Sempre fui apenas um expectante, mas Deus escreve certo por linhas tortas. Por enquanto sem nada planejado, a partir de amanhã veremos como tudo ficará”, resumiu.
Foi publicada uma edição especial do Diário Oficial de Pirassununga com a exoneração de todo secretariado. Depois de confirmada a decisão o ex-prefeito Dimas não falou com a imprensa até o fechamento da reportagem.