O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) de Ribeirão Preto tombou provisoriamente a sede do Serviço Social da Indústria (Sesi), na rua Dom Luiz Amaral Mousinho nº 3.465, no Jardim Castelo Branco, Zona Leste. Segundo o colegiado, a decisão representa a preservação de uma das mais importantes construções da arquitetura moderna da cidade
O tombamento foi aprovado em sessão virtual do conselho realizada em 20 de março. Segundo o colegiado, a decisão representa a preservação de uma das mais importantes construções da arquitetura moderna de Ribeirão Preto. Projetada em 1973 pelos arquitetos Sérgio Pileggi e Euclides Oliveira, a unidade foi inaugurada em maio de 1980.
Destaca-se por seu projeto arquitetônico arrojado e por explorar as propriedades do concreto armado, evidenciadas pela sua característica “brutalista”. O presidente do Conppac, Lucas Gabriel Pereira, argumenta que, embora a edificação já tenha sofrido algumas modificações, ainda mantém, em grande parte, a espacialidade e a volumetria imponente, características marcantes do projeto original.
A preservação também deve incluir a proteção dos painéis do artista Claudio Tozzi, executados em grandes formatos diretamente sobre as paredes de concreto aparente. O Conppac afirma que as obras de arte, no entanto, estão ameaçadas devido à má conservação e às intervenções inadequadas, como pinturas realizadas nas paredes de concreto, que têm danificado os painéis.
Em alguns casos, as pinturas recentes das paredes junto às obras, chegaram a cobrir até mesmo a assinatura do artista, comprometendo a integridade e a autenticidade das obras. O presidente do Conppac afirma ainda que a preservação do imóvel e dos painéis é essencial não apenas para a história da arquitetura moderna, mas também para a valorização do patrimônio cultural de Ribeirão Preto.
Na semana passada o Conselho também tombou um sobrado localizado na rua Marechal Deodoro n° 1.026, no Centro de Ribeirão Preto. O imóvel é um exemplar neocolonial e emprega a “semântica portuguesa barroca”, sendo um dos poucos imóveis deste período, preservados interna e externamente na cidade. A construção do palacete está diretamente relacionada ao processo de ocupação da porção sul do quadrilátero central na década de 1940.
Foi construído em nome de Ana Rezende, no entanto, não foram encontradas informações sobre ela, que, em 1944, também foi responsável pela construção de duas casas nos lotes vizinhos a este palacete, com frente para a Rua Bernardino de Campos, ambas já demolidas.
Segundo uma publicação de 1951, editada pela Prefeitura de Ribeirão Preto, o imóvel era, na ocasião, residência de João Candido Alves Filho, lavrador de café no município de Ribeirão Preto, tendo sido um dos muitos fazendeiros afetados pela crise da quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. Também foi vereador, eleito em 1919, na cidade de Batatais.
O tombamento provisório dos dois imóveis será publicado no Diário Oficial do Município (DOM), sendo aberto prazo para os proprietários ingressaram com pedido de impugnação do tombamento, caso desejem. Após esta etapa, o Conppac realizará nova reunião para analisar as argumentações e decidir pelo tombamento definitivo ou pela revogação da decisão.