Tribuna Ribeirão
Economia

Preços sobem 1,31% na porta das fábricas

São cerca de 100 contratações para diversos setores do supermercado (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O Índice de Preços ao Pro­dutor (IPP), que mede a va­riação de preços de produtos industrializados na saída das fábricas brasileiras, registrou inflação de 1,31% em junho. A taxa é maior que a de maio deste ano (0,99%) e de junho de 2020 (0,60%), de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 28 de julho.

Com o resultado, o IPP, que começou a ser calculado em 2014, atingiu inflação re­corde no primeiro semestre (19,11%) e em doze meses, 36,81%. De acordo com o IBGE, 18 das 24 atividades in­dustriais pesquisadas tiveram alta de preços. Os principais responsáveis pela inflação em junho foram as indústrias extrativas (8,71%), outros produtos químicos (2,16%), produtos de metal (2,80%) e máquinas, aparelhos e mate­riais elétricos (2,60%).

Preços em dólar
“Grande parte dessa varia­ção de 1,31% se explica pelo que ocorreu com os preços das indústrias extrativas. Depois de dois meses consecutivos com variações negativas na comparação mês contra mês imediatamente anterior, os preços do setor subiram, em média, 8,71%, por causa da va­riação dos preços em dólar no mercado internacional, apesar da apreciação do real no perí­odo”, diz Alexandre Brandão, pesquisador do IBGE.

Entre as seis atividades que tiveram deflação (queda de preços), destacam-se outros transportes (-2,08%), vestuário (-1,12%) e fumo (-0,56%). As quatro grandes categorias eco­nômicas da indústria tiveram inflação: bens de consumo duráveis (2,03%), bens inter­mediários, isto é, os insumos industrializados usados no se­tor produtivo (1,56%), bens de consumo semi e não duráveis (0,81%) e bens de capital (má­quinas e equipamentos usados no setor produtivo: 0,71%).

Alimentos
Na contramão da alta de 1,31% no IPP de junho, os preços do setor de alimentos caíram 0,05%. Foi o primeiro resultado negativo desde de­zembro de 2020, quando hou­ve queda de 1,05%, informou o IBGE. Ainda assim, os preços dos alimentos acumulam alta de 8,60% no ano até junho.

No acumulado em doze meses, a variação até junho ficou em 31,08%, maior que a do mês anterior (30,18%). Se­gundo o IBGE, os preços dos alimentos no IPP acumulam alta acima dos 30% em doze meses desde setembro de 2020, quando essa variação estava em 32,51%.

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