Tribuna Ribeirão
Economia

Preços caem 0,82% na porta da fábrica

UESLEI MARCELINO/REUTERS

O Índice de Preços ao Pro­dutor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou baixa de 0,82% em julho ante recuo de 2,72% em junho, informou nesta quarta-feira, 30 de agos­to, o Instituto Brasileiro de Ge­ografia e Estatística (IBGE).

O IPP mede a evolução dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resulta­do de julho, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou um recuo de 7,23% no ano, enquanto a taxa acu­mulada em doze meses ficou em -14,07%, a maior queda da série histórica do indicador, iniciado em 2014.

Considerando apenas a in­dústria extrativa, houve alta de 5,08% em julho, após recuo de 10,52% registrado em junho. Já a indústria de transformação registrou baixa de 1,09% em julho ante queda de 2,33% no IPP de junho. O IPP registrou recuos de preços em onze dos últimos doze meses. A queda de julho foi a sexta seguida.

A queda de 0,82% nos pre­ços dos produtos industriais na porta da fábrica em julho foi decorrente de recuos em 16 das 24 atividades pesquisa­das. “Uma das explicações é a queda do dólar. Só este ano, o dólar registra desvalorização de 8,4%. Com isso, o preço em real do produto exportado diminui e, ao mesmo tempo, o custo das matérias-primas que são importadas também fica menor”, explicou Muri­lo Alvim, analista do IPP, em nota oficial.

No mês de julho, as redu­ções de preços mais acentua­das ocorreram em refino de petróleo e biocombustíveis (-2,91%), metalurgia (-2,59%), produtos de metal (-1,98%) e outros produtos químicos (-1,79%). As maiores contri­buições para a deflação na in­dústria partiram de alimentos (queda de 1,36% e impacto de -0,33 ponto percentual), refino de petróleo e biocombustíveis (impacto de -0,29 ponto per­centual) e metalurgia (-0,17 ponto percentual).

“Além do dólar, há uma tendência de queda em diver­sas commodities. Com isso, o setor de alimentos apresentou maiores reduções nos grupos de carnes e laticínios, explica­das pela diminuição do custo de aquisição de commodities como o milho e soja, que são os principais componentes da ração para os animais”, com­pletou Alvim.

Já a alta de 5,08% nos pre­ços das indústrias extrativas gerou uma pressão de 0,22 ponto percentual, impedindo uma deflação ainda maior no IPP do mês. Tanto o minério de ferro quanto o óleo bruto de petróleo registraram aumentos de preços em julho.

“O aumento observado nos preços do petróleo em ju­lho está ligado à expectativa do mercado por uma redução global da oferta do produto, após a diminuição de estoque nos EUA e corte na produção de países como Arábia Saudi­ta e Rússia”, justifica o analis­ta do IPP.

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