O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, registrou deflação (queda de preços) de 0,09% em agosto. Em julho, havia sido anotada inflação de 0,33%. Já no oitavo mês do ano passado, o indexador registrou alta de 0,19% nos preços. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 6 de setembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação acumula taxas de 2,85% no ano e de 4,19% em 12 meses. As quedas de preços registradas nos transportes (-1,22%) e na alimentação (-0,34%) foram as principais responsáveis pela deflação. O recuo de 26,12% das passagens aéreas no mês foi o principal destaque, que explica em grande parte a deflação não só dos transportes como do IPCA como um todo. Outros itens que contribuíram para o resultado dos transportes foram os combustíveis (-1,86%), em especial o etanol (-4,69%) e a gasolina (-1,45%).
Entre os alimentos, os principais responsáveis pela queda da taxa foram cebola (-22,19%), batata-inglesa (-11,89%), tomate (-4,84%), farinha de mandioca (-4,56%), hortaliças (-4,07%), leite longa vida (-3,48%), alho (-3,3%), ovos (-2,91%) e feijão carioca (-2,14%). “Esse é o período da chamada safra seca. O resultado reflete a boa produção de alguns desses alimentos. E, por outro lado, há ainda endividamento e desemprego das famílias, por isso há receio no comprometimento da renda e baixa demanda para alguns produtos”, disse o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves.
A energia elétrica, apesar de registrar alta de preços (0,96%) mais moderada do que no mês anterior (5,33%), foi o item que mais pesou em sentido contrário, evitando uma queda maior do IPCA.Inflação de famílias com renda mais baixa fica estável em agosto. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação da cesta de compras de famílias com renda até cinco salários mínimos (R$ 4,77 mil), não registrou variação. Em julho, o indicador havia ficado em 0,25%.
Acumula taxas de 2,38% no ano (acima do 1,27% registrado nos oito primeiros meses de 2017) e de 3,64% em 12 meses (acima dos 3,61% dos 12 meses imediatamente anteriores). Os produtos alimentícios tiveram queda de 0,44% em agosto enquanto os não alimentícios tiveram inflação de 0,19% no mês. Já o O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede a variação da cesta de compras para famílias com renda até 2,5 salários mínimos (R$ 2,385 mil), ficou em 0,04% em agosto deste ano. A taxa é inferior ao IPC-C1 registrado em julho: 0,25%. O dado é da Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o IPC-C1 acumula taxas de 3,34% no ano e de 3,7% nos últimos 12 meses.