Tribuna Ribeirão
Economia

Preço dos alimentos – Procon-SP já notificou 431 estabelecimentos

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

Equipes do Procon-SP notificaram até quinta-feira, 24 de setembro, 431 estabe­lecimentos a apresentarem notas fiscais de compra e venda de itens da cesta bá­sica na operação de enfren­tamento ao aumento injus­tificado de preços. Empresas que praticarem preços abusi­vos responderão a processo administrativo.

A operação teve início no dia 14 setembro em todo o Estado de São Paulo, prin­cipalmente com foco nos itens arroz (pacote de cinco quilos), óleo de soja (emba­lagem de 900 mililitros) e carnes vermelhas (patinho, coxão mole, coxão duro e contrafilé). O objetivo é coi­bir abusos e garantir à popu­lação o acesso aos produtos da cesta básica.

Agentes já estiveram na capital, em Ribeirão Preto, Bebedouro, Franca, Guari­ba, Monte Azul Paulista, São Joaquim da Barra e Taquari­tinga e em mais 97 cidades paulistas. Os maiores preços constatados no interior fo­ram de R$ 34,90 para o arroz tipo 1 (pacote de cinco qui­los) e R$ 8,59 no óleo de soja (900 mililitros).

Em Ribeirão Preto, qua­tro supermercados foram notificados. Os preços mais altos foram constatados no arroz (pacote de cinco qui­los, de R$ 27,90) e no óleo (900 ml, de R$ 8,49). O pre­ço das carnes também subiu. O quilo do patinho custa R$ 47,69, o do coxão mole foi encontrado por R$ 55,61, o do coxão duro por R$ 53,11 e o quilo do contrafilé é ven­dido por até R$ 64,99.

Segundo a inflação ofi­cial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Con­sumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geo­grafia e Estatística (IBGE), o preço do arroz subiu 3,08% em agosto e acumula alta de 19,25% no ano. Segundo da­dos da Associação Paulista de Supermercados (Apas), o feijão e o arroz estão respec­tivamente com inflação acu­mulada em 23,1% e 21,1% em 2020.

O arroz, feijão, leite e óleo de soja, por exemplo, estão com aumento acumulado mé­dio em 18,85% no ano, núme­ro quase quatro vezes maior que o índice geral de preços dos alimentos (5%). De acor­do com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o preço do arroz variou mais de 107% nos últimos doze meses, com o valor da saca de 50 qui­los próximo de R$ 100.

Os motivos para a alta são uma combinação da va­lorização do dólar frente ao real, o aumento da exporta­ção e a queda na safra. Em alguns supermercados, o produto, que custava cerca de R$ 15, no pacote de cinco quilos, está sendo vendido por até R$ 40.

Inicialmente não haverá multa para os estabelecimen­tos, que será aplicada, em úl­timo caso, quando o aumento da margem de lucro for in­justificado e desproporcio­nal. Apenas neste ano, foram registradas mais de 440 mil queixas sobre práticas abu­sivas de preços de alimentos. Foram fiscalizados 3.660 esta­belecimentos e aplicadas 253 penalizações.

Nos últimos meses, foram observadas elevações nos pre­ços de alimentos, como arroz, feijão, carne, óleo de soja, lei­te longa vida e seus deriva­dos. Este mês, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou a alíquota de importa­ção de uma cota de 400 mil toneladas de arroz até o fim do ano.

Como denunciar
O Procon-SP disponibi­liza canais de atendimento à distância para receber denún­cias, intermediar conflitos e orientar os consumidores: via internet (www.procon.sp.gov. br), aplicativo – disponível para Android e iOS – ou via redes sociais; para as denún­cias, marque @proconsp, in­dicando o endereço ou site do estabelecimento.

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