Levantamento feito pela Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) mostra que o custo do kit básico de material escolar tem variação de até 23,66% de uma região para a outra na cidade. A pesquisa, realizada pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB-Acirp) entre os dias 8 e 10 de janeiro, aponta que o preço médio dos 15 itens mais comuns nas listas escolares é de R$ 290,82.
A equipe do IEMB esteve em dez papelarias distribuídas entre as cinco regiões da cidade (Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro). O kit básico contempla dois cadernos espirais de uma matéria; dois brochuras de uma matéria; um de dez0 matérias; quatro lápis preto; seis canetas; duas borrachas; um apontador; uma caixa de lápis de cor 12 cores; duas colas brancas; uma tesoura; uma régua; uma mochila; um estojo; seis marcadores coloridos e um pacote com 500 folhas sulfite.
O valor mais baixo foi encontrado na região Central, onde os materiais custam R$ 264,07. O kit mais caro, a R$ 326,54, foi registrado na Zona Oeste. A variação chega a 23,66%. São R$ 62,47 de diferença. Na Zona Norte, os materiais “saem” por R$ 272,30. Os demais preços encontrados foram R$ 278,24 na região Sul e R$ 312,97 na Leste.
“A pesquisa não tem caráter fiscalizatório; apenas buscou acompanhar os custos e as variações de preços pela cidade seguindo as quantidades dimensionadas para atender a demanda do ano letivo, e o critério utilizado foi o menor preço de cada item”, explica o analista do IEMB-Acirp, Lucas Ribeiro.
O levantamento priorizou produtos básicos, sem diferenciações de temáticas ou outras variações.
Os itens com maior peso no custo médio são mochila (que representa 33,24% do valor total da compra) e estojo (11,30%). O lápis preto tem a maior variação por valor unitário: 331,3% de uma região para outra, saltando de R$ 0,40 na Zona Norte a R$ 1,72, na Oeste, diferença de R$ 1,32.
No caso da borracha, o movimento é parecido. O produto custa até 294,7% a mais de um local para o outro, com o preço da unidade variando de R$ 0,38 (Norte) a R$ 1,50 (Oeste), Rr$ 1,12 de diferença. Cola branca também varia bem, com alta de até 66,7% (de R$ 2,40 na Norte para R$ 4,00 na Oeste, R$ 1,60). Lápis de cor na região Central chega a custar menos da metade do valor encontrado na Oeste: de R$ 4,20 para R$ 9,90, uma diferença de R$ 5,70, oscilação de 135,7%.
A recomendação do IEMB para os consumidores é não deixar para última hora e pesquisar sempre. “Planeje com antecedência para aproveitar promoções, evitando compras por impulso e de última hora. Vale também comparar preços entre as regiões e lojas, priorizando itens necessários e essenciais”, sugere. Pelos cálculos, o material escolar vai consumir neste mês de janeiro 20,72% da renda de um trabalhador que recebe salário mínimo (R$ 1.518).
Dados da Acirp apontam que a cidade conta hoje com 302 empresas registradas no setor de comércio varejista de livros, jornais, revistas e papelaria. Aos empresários do segmento, a entidade sugere oferecer aos clientes nesta época do ano promoções e condições facilitadas de pagamento. “É hora de investir em divulgação e diversificação de produtos para atender diferentes públicos”, afirma Ribeiro.
O pesquisador também reforça que a legislação brasileira (como a lei federal nº número 12.886/2013) estabelece que as escolas não podem exigir materiais de uso coletivo ou de higiene na lista de material escolar e também não existe uma regulamentação específica que determine as quantidades mínimas ou máximas de cada item escolar a ser solicitado.
“As instituições de ensino têm autonomia para elaborar suas listas de acordo com o planejamento pedagógico, desde que respeitem os direitos dos consumidores e não incluam itens proibidos. É importante que pais e responsáveis analisem a lista fornecida pela escola e verifiquem se as quantidades solicitadas são razoáveis e compatíveis com as atividades previstas para o ano letivo”, pondera Ribeiro.