Depois do aumento de 16% no preço do botijão de 13 quilos do gás de cozinha, autorizado pela Petrobras em 11 de março para reduzir a defasagem da estatal em relação ao mercado internacional, que já beirava os 50%, o gás liquefeito de petróleo passou a registrar reajustes pontuais em Ribeirão Preto, mas na semana passada o valor médio cobrado na cidade bateu recorde.
O levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), realizado entre 27 de março e 2 de abril, jamais havia constatado um valor tão elevado desde o início da série histórica. O botijão de 13 quilos do gás de cozinha (GLP-13) vendido em Ribeirão Preto custa, em média, R$ 116,28 (mínimo de R$ 106 e máximo de R$ 125).
A pesquisa aponta que há locais na cidade onde o produto custa R$ 125, mas esse valor pode chegar a R$ 130 com a taxa de entrega em domicílio. Para compra na revendedora, já está entre R$ 112 e R$ 120, dependendo da região da cidade, apesar de a ANP indicar piso de R$ 106.
O valor atual do gás de cozinha é R$ 1,83 superior aos R$ 114,45 cobrados até dia 26 de março (piso de R$ 100 e teto de R$ 125), aumento de 1,6%. As 24 distribuidoras de gás de Ribeirão Preto vendem, em média, 3.300 unidades por dia para os comerciantes.
Porém, o gás de Ribeirão Preto está 9,2% abaixo dos R$ 128,07 cobrados em Santos (mínimo de R$ 104,99 e máximo de R$ 149), o produto mais caro do estado. São R$ 11,79 de diferença. Em comparação com o de Cosmópolis – R$ 98,99 (piso de R$ 94,99 e teto de R$ 99,99), o mais barato das cidades paulistas e o único abaixo de R$ 100 –, o ribeirão-pretano custa R$ 17,29 a mais, variação de 17,5%.
O preço do botijão de gás subiu 16% após 152 dias sem aumento, desde 9 de outubro. O preço médio de venda do GLP da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, equivalente a R$ 58,21 por 13 quilos, refletindo reajuste médio de R$ 0,62 por quilo ou R$ 8,06 por botijão.
Nos últimos doze meses, até fevereiro deste ano, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do gás avançou 27,63% no país. No segundo mês de 2022 houve deflação de -0,27%. No bimestre, a inflação é de 0,99%. O acumulado em 2021 ficou em 36,99%.
Até o reajuste da Petrobras chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel. Também considera os custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis.
A estatal destaca ainda que 43% do preço ao consumidor final correspondem atualmente à parcela da Petrobras e os demais 57% traduzem as parcelas adicionadas ao longo da cadeia até clientes finais como tributos e margens brutas de distribuição e revenda.