A queda de preços nas usinas paulistas já refletiu nas bombas de Ribeirão Preto. A Central de Monitoramento do Núcleo de Postos da Associação Comercial e Industrial (Acirp) identificou essa tendência de redução no valor cobrado pelo litro do etanol, que, em média, deve ser de 4%, segundo o grupo – tem 85 associados, cerca de 50% do total de estabelecimentos da cidade.
Segundo o economista Marcelo Bosi Rodrigues, “a variação do preço do etanol está mais atrelada ao açúcar do que ao valor da gasolina. A explicação está dentro da usina. As unidades de produção escolhem qual é o melhor produto para processar: o álcool ou o açúcar. O preço do açúcar acaba influenciando fortemente no valor do etanol. Atualmente, o açúcar está com um preço muito baixo e influencia na queda do preço do produto”, avalia.
Nos postos bandeirados, o litro do etanol custa entre R$ 2,90 (R$ 2,897) e R$ 3 (R$ 2,999), mas alguns revendedores já cortaram R$ 0,20, em média, e baixaram o preço para entre R$ 2,70 (R$ 2,697) e R$ 2,80 (R$ 2,799). Nos sem-bandeira, o derivado da cana-de-açúcar é vendido entre R$ 2,65 (R$ 2,649) e R$ 2,68 (R$ 2,679), mas já locais onde o produto está cerca de 1,8% mais em conta – entre R$ 2,60 (R$ 2,599) e R$ 2,63 (R$ 2,629), abatimento médio de R$ 0,05. O desconto é de aproximadamente 6,6%.
Alguns revendedores também baixaram os valores cobrados para a gasolina. Em alguns franqueados, caiu de R$ 4,30 (R$ 4,299) para R$ R$ 4,20 (R$ 4,198), desconto de R$ 0,10. Mas grande parte ainda pratica os preços antigos de R$ 4,30 e R$ 4,40 (R$ 4,399). Nos independentes, o derivado de petróleo custa, em média, entre R$ 3,95 (R$3,949) e R$ 4 (R$ 3,999). A queda é aproximadamente 2,3%.
A safra da cana-de-açúcar deste ano já começou no Centro-Sul e o preço do etanol registrou nova queda nas usinas paulistas, segundo o Centro de Pesquisas Econômicas (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) – vinculada à Universidade de São Paulo (USP). Depois de acumular alta superior a 21% nos últimos 45 dias, na semana passada o valor cobrado pelo litro do produto recuou 4,57%, de R$ 1,8532 para R$ 1,7686.
Em 15 dias, o derivado da cana-de-açúcar acumula queda de 5,44%. Havia subido 3,74% no dia 8 de fevereiro, disparou 7,09% no dia 15, voltou a subir 6,36% no dia 22, no dia 1º de março sofreu reajuste de 3,68%, no dia 8 aumentou 0,18% e, no dia 15, caiu 0,87%. Segundo o estudo realizado entre 16 e 22 de março, o anidro – adicionado à gasolina em 25% – caiu 1,43%, de R$ 1,8861 para R$ 1,8591.
Na semana anterior a queda foi de 1,76% – nos quatro levantamentos anteriores, havia subido 1,58% (dia 8 de março), 0,63% (dia 1º), 6,80% (em 22 de fevereiro) e 3,59% (dia 15). Desde 19 de março, segundo a Petrobras, o litro da gasolina sem tributo e sem mistura nas refinarias está 0,5% mais caro. Saltou para R$ 1,8326. Pouco mais de um mês, o derivado de petróleo aumentou 14% nas unidades produtoras. A estatal anunciou alta de 1,48% no preço do diesel, para R$ 2,1432.
Segundo o último levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre os dias 17 e 23 de março, em 108 cidades paulistas, a gasolina ribeirão-pretana custa, em média, R$ 4,227, alta de 2% em relação ao valor cobrado até dia 16, de R$ 4,142, aporte de R$ 0,085. A reguladora também constatou aumento de 2,2% no litro do etanol, que saltou de R$ 2,792 para R$ 2,855 no mesmo período, acréscimo de R$ 0,063.
O óleo diesel também ficou 5,4% mais caro, variando de R$ 3,346 para R$ 3,528, aporte de R$ 0,182. Considerando os valores médios da ANP, de R$ 2,855 para o álcool e R$ 4,227 para a gasolina, ainda é mais vantajoso abastecer com álcool, já que a paridade está em 67,5% – deixa de ser vantagem encher o tanque com o derivado da cana-de-açúcar a relação chega a 70%.