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Práticas de conhecimento em Ciências e Humanidades

Práticas de conhecimento, de modo geral, dizem respeito a experiências de pesquisa, aqui entendidas como processo de obtenção, e utilização, de conhecimentos, que, consideradas em contexto de ciência, e em contexto de arte, nos ensinam, de imediato, a impossibilidade de repetição de percursos, ou seja, o caminho que se percorre para aquisição de determinado conhecimento no campo das ciências é diverso daquele que fazemos no campo das artes, bem como, não pode ser convertido em método, tampouco em modelo a ser seguido por outros, uma vez que, tanto a pesquisa de campo, para obtenção de informações sobre determinado assunto, quanto as reflexões que estas mesmas informações reclamam, para melhor serem compreendidas, sempre dependem do modo de ser, e da subjetividade, de quem as está praticando.

No contexto da arte, especificamente, a compreensão, ainda que tenha seu passo a passo rigorosamente planejado, tal qual um procedimento científico (experimental, correlacional ou observacional) apresenta-se como prática não linear, intercambiando informações e intimismos de conteúdos nem sempre distintos, tal qual na “art nouveau” francesa, muito apreciada de 1890 a 1920, reação que foi à arte acadêmica do século XIX, considerada importante transição entre o historicismo e o modernismo. Antoni Gaudí, com seu Templo à Sagrada Família, em Barcelona, Espanha, podendo ser citado como exemplo.

O que queremos dizer com isso? Queremos dizer que, nas Humanidades, o elemento produzido não se reduz à pesquisa e às reflexões que o gerou, tampouco ao laboratório de pensamento reclamado depois de finalizado, mas, sim, alcança uma produção de intersaberes que, ao dar voz ao já conhecido, abrange, também, o novo que acaba de nascer e que, por mal saber dos Homens e de seu mundo, ainda se sente algo fora do lugar.

Compreender as assimetrias que persistem entre tais saberes importa na medida em que a palavra “inovação” limita a construção do saber humanístico. Inovação, ainda que pareça ser palavra que sempre nos remete às áreas tecnológicas, também faz parte do universo artístico, só que sob outro olhar. Nas humanidades, inova quem mescla a cor, quem desconstrói, quem apresenta a terceira margem. Em termos gerais, trata, tal aspecto, de uma nova perspectiva, intitulada “poéticas de investigação”. Mas sobre isso, falaremos na próxima semana.

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