Tribuna Ribeirão
Economia

Poupança tem saque histórico

A caderneta de poupança registrou um recorde negativo em maio, em um contexto de juros e inflação elevados e alto endividamento da população. Dados divulgados nesta terça­-feira, 6 de junho, pelo Banco Central (BC) mostram que as retiradas superaram as aplica­ções em R$ 11,747 bilhões em maio, o maior saque para o mês da série histórica, inicia­da em 1995.

No mesmo período de 2022, houve depósitos lí­quidos de R$ 3,514 bilhões. Em maio, foram aplicados na poupança R$ 330,199 bi­lhões, enquanto R$ 341,946 bilhões foram sacados pe­los brasileiros.

Considerando o rendimento de R$ 5,705 bilhões, o saldo total da ca­derneta somou R$ 961,488 bilhões ao final do mês.

Já quase na metade do ano, a poupança ainda não registrou entrada líquida de recursos em nenhum mês de 2023. No acu­mulado do ano, as perdas na caderneta já somam R$ 69,231 bilhões. Em 2022, a captação líquida já havia sido negativa em R$ 103,237 bilhões.

Foi o pior ano na história da poupança – a aplicação finan­ceira mais popular do país –, cuja série foi iniciada em 1995. O saldo total da caderneta também vem caindo paulati­namente desde o início do ano passado. No fim de 2021, era R$ 1,030 trilhão, segundo dados do Banco Central do Brasil.

Atualmente, com a taxa Se­lic a 13,75% ao ano, a poupan­ça é remunerada pela taxa refe­rencial (TR), hoje em 0,1784% ao mês (2,16% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Se­lic está abaixo de 8,5%, a atu­alização é feita pela TR mais 70% da taxa básica de juros.

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