Valdir Avelino *
[email protected]
No início do ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou uma pesquisa indicando números relacionados à educação. O documento aponta que 9 milhões de pessoas, entre 14 e 29 anos, não terminaram o Ensino Médio em 2023. Entre os índices apurados, está o registro de queda na taxa de escolarização entre indivíduos com idade entre 15 e 17 anos: de 92,2%, em 2022, para 91,9% em 2023.
Entre as causas para esse cenário tão desolador de desistência do estudo, estão as dificuldades enfrentadas pelas famílias, a falta de conexão com a escola, entre outros fatores. O abandono escolar é uma realidade preocupante também a ser enfrentada em Ribeirão Preto, pois afeta muitas crianças e jovens. A desistência do aprendizado traz consequências muito graves para os jovens e para o conjunto da sociedade.
A administração atual falhou, não apenas na obrigação de respeitar os professores e o conjunto dos profissionais da educação, mas também em não valorizar a diversidade, em não respeitar as diferenças, promovendo uma verdadeira guerra contra o Conselho Municipal de Educação. Faltaram ainda planejamento estratégico, diálogo produtivo e os investimentos, minimamente, necessários. Efetivamente, por parte do governo, não houve nesses 8 anos qualquer medida verdadeiramente consistente de acesso e permanência dos alunos nas escolas.
A atual gestão não se debruçou em como trazer o estudante de volta à sala de aula. Ao contrário, diante de um cenário de abandono escolar teve que ser compelida, pela atuação do Ministério Público, a criar vagas para os nossos alunos e, pela atuação do Sindicato, a proporcionar condições de ensino minimamente seguras.
É hora, portanto, de virar a página. Através do fortalecimento e da valorização do ensino público municipal, Ribeirão Preto precisa de uma Administração Pública que faça de tudo para que as nossas crianças e jovens voltem para a escola. A evasão escolar não é um problema novo em Ribeirão Preto, mas a Administração que se encerra nos próximos dias não teve a necessária disposição de enfrentar esse desafio.
Os servidores públicos municipais da educação, representados pelo Sindicato dos Servidores Municipais /RPGP, estão dispostos a debater alternativas e medidas para reduzir os índices de evasão e de abandono escolar, agravados pelos erros administrativos e opções políticas da atual gestão. O Sindicato (como sempre fez) continuará fazendo a sua parte no esforço de superação desse enorme desafio que se apresenta para este momento.
* Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis