A educação básica brasileira sofre de atrofia crônica em quase todas as cidades e estados brasileiros – e aqui em Ribeirão Preto não é diferente. Em quase todas elas existem duas redes distintas para atender o mesmo público: uma estadual e outra municipal, que disputam entre si qual é a melhor – e no meio desta disputa ficam os alunos que são mal atendidos nas duas redes. Na rede estadual é crônico o excesso de alunos em sala de aula, mas segundo os competentes dirigentes, o excesso de alunos será resolvido pela lei da acomodação.
Segundo essa lei os primeiros quinze dias é o período que eles esperam que haja desistências, e isso acontecendo às salas de aulas passam a ter o numero adequado de alunos conforme a Resolução – dizem isso na maior cara de pau, como se isso fosse à coisa mais natural do mundo, e este ano para melhorar o Estado não entregou o material didático, e não tem previsão – coisa de governo preocupado com a educação.
A rede municipal para também começa o ano letivo com os mesmos problemas de sempre: a falta de uniforme e o material didático insuficiente, e a eterna falta de professores. E com a judiciaçao de problemas que deveriam ser resolvidos com o dialogo – ficou ainda pior. Desde final de 2016 vem sendo debatido a questão dos uniformes, até foi criada uma comissão com pais e professores para acompanhar as licitações na compra dos uniformes e dos materias pedagógicos, mas passou o ano de 2017, e os uniformes não chegaram às escolas. Já dizia um velho político mineiro (Benedito Valadares): “quando não se que resolver um problema – cria-se uma comissão”. E essa premissa é seguida a risca.
O tempo passa e os mesmos métodos antiquados continuam sendo praticados pela maioria dos professores – usam o método da coerção psicológica com naturalidade, os avanços tecnológicos e pedagógicos ficam fora dosmuros das escolas públicas. E a tão decantada democratização do espaço escolar é combatida com vigor. Nas duas redes existem o regimento interno para o aluno, onde está colocado as suas obrigações, mas não mencionam os seus direitos. Continuam usando a sala de aula como um confinamento, e o enfileiramento de carteiras que lembram um quartel. As crianças aprendem mais quando estão felizes, e o agrupamento de alunos permite um melhor aprendizado. Mas mudar comportamentos seculares é complicado.
Tivemos avanços tecnológicos em todas as áreas das ciências, mas a educação básica pública ficou presa ao século 19. Se um cirurgião que trabalhava no século passado chegasse a uma sala de cirurgia do século 21, não saberia nem onde estava – ficaria totalmente perdido. Mas se um professor do século 19 que chega a uma escola pública do século 21 – vai se sentir em casa. Conclusão: nada mudou!
As resoluções e acordos, para que todos os alunos estejam alfabetizados ao final do segundo ano, nunca é cumprido. A pesquisa nacional mais recente fala que 10% dos alunos não conseguem cumprir todas a competências previstas para o primeiro ano, mas é muito pior – beira os 20%. E esses alunos vão chegar ao terceiro ano, e ser retidos (Reprovados), pois a velha e cruel repetência é a ferramenta que sabem usar com maestria.
A primeira-ministra da Alemanha disse: “professores não são pessoas comuns, e pessoas comuns não são professores. Por favor, não escolha ser professor até que esteja preparado para isso”. Uma educação de qualidade e cidadã custa muito barato, pois evitaríamos que grandes somas de dinheiro fossem gastos com a segurança pública, que tem um custo dez vezes maior que a educação e não produz melhoria para a vida do País.
Este é o conceito básico de insanidade: “fazer a mesma coisa sempre esperando um resultado diferente”.