Tribuna Ribeirão
Esportes

Por ‘isonomia’, Palmeiras defende mudanças no calendário em razão da Copa América

CESAR GRECO
Por Ricardo Magatti

Preocupado com a provável perda de alguns de seus principais atletas durante a disputa da Copa América, que recebeu o aval do presidente Jair Bolsonaro para ser realizada no Brasil, o Palmeiras é mais um clube que defende possíveis mudanças no calendário do futebol brasileiro a fim de não ser prejudicado pelos desfalques.

O clube paulista deve perder o goleiro Weverton para a seleção brasileira, o zagueiro Gustavo Gómez, capitão do Paraguai, e o lateral-esquerdo Matias Viña, que integra a pré-lista do Uruguai para a Copa América.

Os três, aliás, foram convocados para as suas respectivas seleções para os dois próximos jogos das Eliminatórias e não vão enfrentar o CRB, pela Copa do Brasil, quinta, e a Chapecoense, domingo, pela segunda rodada do Brasileirão. Gabriel Menino está com a seleção olímpica e é outro desfalque. É possível que o jovem seja chamado pelo técnico André Jardine para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Diante desse cenário, em resposta ao Estadão, o Palmeiras disse ser favorável a possíveis mudanças no calendário a fim de que não haja desequilíbrio entre os clubes brasileiros e lembrou do dinheiro investido para ter um elenco de qualidade. Somadas as partidas das Eliminatórias e da Copa América, os convocados vão ficar fora de 11 rodadas do Brasileirão.

“Somos favoráveis às alterações no calendário esportivo que tenham por objetivo assegurar a isonomia entre os clubes. Investimentos na qualificação do elenco não podem se transformar em fator de desvantagem competitiva”, afirmou o clube, que foi questionado sobre a realização da Copa América no Brasil, mas, assim como Corinthians, São Paulo e Santos, não quis se manifestar sobre o assunto.

Na segunda, após o anúncio da Conmebol sobre a realização da Copa América no Brasil, dirigentes do Flamengo foram à CBF questionar o desequilibro técnico provocado pelos desfalques de jogadores importantes de seu elenco e propor soluções para amenizar esse problema. O clube carioca entende que o Brasileirão deva ser paralisado pois não haveria isonomia na disputa do Brasileirão durante a Copa América e sugeriu que o calendário seja prolongado até janeiro de 2022.

A Copa América seria sediada na Colômbia e na Argentina, mas protestos populares e o agravamento da pandemia fizeram com que esses dois países desistissem da ideia de abrigar a competição. Avalizado pelo governo federal, o torneio deve ser disputado no Brasil mesmo diante da repercussão negativa entre torcedores e até jogadores de outras seleções.

Nesta terça, Jair Bolsonaro assegurou que o Brasil, terceira opção dos organizadores, vai sediar o evento. “Se depender de mim e de todos os ministros, inclusive o da Saúde (Marcelo Queiroga), está acertado, haverá. O protocolo é o mesmo da Libertadores, o mesmo da Sul-Americana, a mesma coisa”, declarou o presidente a apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.

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