Tribuna Ribeirão
Cultura

Pontalense conta ‘milagre’ em livro

A vida de Plauto Noguei­ra Silva, hoje com 26 anos, foi um turbilhão de drama e superação. Vítima de mie­lomeningocele, uma doença congênita em que a medu­la espinhal de um bebê em formação não se desenvolve adequadamente, ele contra­riou todos os prognósticos de que não sobreviveria muito tempo. A luta do rapaz pela vida vai virar livro e o título não poderia ser mais suges­tivo: “Trajetória de um mila­gre”, que deve ser lançado nos próximos dias.

Silva conta que além da doença congênita, também teve paralisia infantil. Sua infância foi praticamente al­ternando dias em casa com hospitais. Aos seis meses já tinha feito várias cirurgias na coluna, braços, pernas e até na cabeça para colocar uma válvula para drenar o líquido que se acumulava no crânio. No total, foram 44 cirurgias. Ele diz que os prognósticos eram de pouco tempo de vida, mas felizmente todos estavam errados.

“Para a medicina, pelo meu quadro, os médicos achavam que eu não iria sobreviver, mas com Deus e minha famí­lia sempre ali do meu lado fui crescendo e me recuperando das cirurgias”, diz. Silva valori­za o atendimento que teve na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, a Apae. “Lá, aprendi várias coisas, tinha atendimento com fonoaudió­loga, psicóloga e fisioterapeuta. Fiquei 14 anos na Apae”, conta.

Além do quadro clínico, Plauto Nogueira Silva teve ainda uma perda grande na infância. O pai morreu em um acidente de carro quando tinha seis anos. Ele diz que sempre foi evangélico, mas que a morte o abalou mui­to. “Devido à perda do meu pai eu fui criando dentro de mim um sentimento que não era de Deus”, conta.

“Fiquei uma temporada fora da igreja e o diabo tentou de todas as formas me des­truir. Eu ia para festas, clubes, e achava que tinha muitos amigos, mas chegava em casa e vinha aquela solidão. Mas eu aprendi que você pode até ter amigo, mas o que preenche o vazio do teu coração é Jesus e o Nosso Deus”, prega.

No final de 2008, Silva ficou em coma por conta de uma úlcera de decúbito por ficar sempre na mesma po­sição na cadeira de rodas. “Fiquei em coma até 2009 porque foi muito grave. As feridas eram todas abertas, perdi ossos, tive que tomar 22 litros de sangue e 22 de plas­ma”, lembra.

Silva diz que no tempo do coma, os membros da igreja passaram a interceder por ele em orações. “Quando eu entrei em coma Deus falou comigo uma voz bem suave me mos­trou o caminho do bem e o do mal. Deus usava também al­guns irmãos para falar comigo que eu ia ser um grande prega­dor da palavra dele e mesmo assim eu era teimoso e não dava muito crédito”, explica.

Ele saiu do coma, se recu­perou e voltou a frequentar igrejas. Em 2014 ele se con­verteu a uma igreja evangélica. Há um ano e oito meses ele se tornou pregador. “Eu batizei nas águas e depois comecei a fazer o que Deus colocou no meu coração, que é pregar o evangelho e muitas almas tem aceitado a Jesus como o único e suficiente salvador”.

Além disso, se formou no curso de Teologia e pretende cursar Direito. “Algum tempo atrás Deus colocou em meu coração para escrever um li­vro contando minha história, o que ele fez e o que tem feito na minha vida. Quero, atra­vés do texto, dizer a você que vale a pena sonhar os sonhos de Deus”, finaliza.

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