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Pollock do MAM-RJ vai a leilão em novembro

Por Roberta Pennafort

A casa de leilão Phillips deve colocar à venda daqui a três semanas, em Nova York, a tela Nº 16, de Jackson Pollock (1912-1956), que pertence ao Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio e era, até então, a única obra do artista aberta à visitação no Brasil. É a primeira vez no País que um grande museu se desfaz de um item de seu acervo para se capitalizar. A instituição carioca está em dificuldades financeiras.

A expectativa é levantar por volta de US$ 18 milhões (R$ 67 milhões) para a criação de um fundo, cujos rendimentos permitam que o museu seja autossustentável por pelo menos 30 anos, melhorando sua infraestrutura e atualizando seu acervo de arte brasileira. Em março, quando do anúncio da venda, o MAM divulgou que esperava chegar a US$ 25 milhões (R$ 92,5 milhões).

Na segunda-feira, 22, o jornal O Estado de S. Paulo entrou em contato tanto com o presidente do MAM, Carlos Alberto Chateaubriand, quanto com o representante da Phillips, Robert Manley. Chateaubriand preferiu não comentar o assunto, apenas confirmou a venda. Manley, procurado no escritório de Nova York, não respondeu.

O custo anual do museu, que é privado, é de cerca de R$ 6 milhões; o déficit é de R$ 1,5 milhão. A venda da tela do pintor expressionista norte-americano, que tem 56,7 centímetros, vinha sendo gestada havia alguns anos. Esta foi a escolhida pelo conselho do MAM, integrado por outros 19 colecionadores, e o presidente por seu alto valor. A tela Nº 16 é uma das obras mais valiosas do MAM – a primeira é uma escultura de Brancusi, avaliada em US$ 80 milhões (mais de R$ 280 milhões no câmbio atual).

Também se levou em conta o fato de não ser considerada uma tela central no conjunto de obras do museu, dedicado à arte brasileira moderna e contemporânea. A obra foi uma doação do milionário norte-americano Nelson Rockefeller, feita em 1952, quando Pollock ainda não era um artista tão caro.

A ideia do leilão gerou controvérsia no meio das artes. Foi divulgado um manifesto de artistas, marchands e curadores contra a iniciativa. O museu desejava que um comprador brasileiro ficasse com a tela, para que ela não deixasse o País. Logo a notícia mobilizou o mercado internacional, já que praticamente não existem Pollocks à venda.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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