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Polícia suspeita que criptomoedas usadas em resgate têm origem ilícita

Vítimas do sequestro tiveram criptoativos mantidos pelo investigado bloqueados

Por: Adalberto Luque

A Polícia Civil cumpriu mandados de busca, na manhã desta quarta-feira (25), nos endereços ligados à vítima de um sequestro ocorrido em 09 de novembro de 2022, em Ribeirão Preto. O resgate, por exigência dos sequestradores, foi pago em criptomoedas, também conhecidas por bitcoins.

A Polícia acredita que as criptomoedas, usadas no pagamento do resgate, têm origem ilícita. O Centro de Inteligência de Ribeirão Preto informou que, por esta razão, cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos endereços da vítima do sequestro e, apesar de não apreender nenhum objeto físico, conseguiu o bloqueio de criptoativos mantidos pelo casal investigado.

A Polícia revelou que foi possível identificar que o casal publicava anúncios e páginas falsas na internet, além de espalhar programas maliciosos que podem ser usados para captar dados de usuários que aplicam em cripotomoedas. Eles invadem o dispositivo da pessoa e, após captar seus dados de acesso, realizam a transferência indevida de suas carteiras de moedas virtuais. Não foi feita nenhuma prisão, mas as investigações prosseguem.

O caso

No ano passado o Centro de Inteligência e o Cybergaeco deflagraram a Operação Kirvem, para efetuar a prisão de sequestradores que teriam recebido mais de R$ 2,5 milhões em bitcoins.

Os sequestradores mantiveram a mulher em cativeiro, forçando seu marido a realizar a transferência para garantir sua libertação. O sequestro durou poucas horas e eles levaram as criptomoedas.

A partir da esquerda, o delegado Seccional de Ribeirão Preto, Sebastião Vicente Picinato e o delegado responsável pelo Centro de Inteligência, Gustavo André Alves falaram sobre a operação ano passado (Foto: Max Gallão Mesquita/Arquivo)

A Polícia confirmou que eles tinham prévio conhecimento de que as vítimas mantinham criptoativos. Apesar de realizarem múltiplas transferências quase simultâneas para tentar despistar os policiais, o grupo teve seu plano frustrado.

Com modernas técnicas de investigação, o Centro de Inteligência e o Cybergaeco conseguiram rastrear as transferências feitas para mais de 120 endereços distintos. A maior parte das criptomoedas foram bloqueadas e recuperadas.

Os agentes cumpriram seis mandados de prisão preventiva – posteriormente convertidos em temporária – e nove mandados de busca e apreensão nos estados do Ceará, Maranhão e Tocantins, além de prender um homem em um condomínio de luxo na zona Sul de Ribeirão Preto.

As investigações seguiram para saber a origem dos criptoativos usados no pagamento do resgate, em operação que resultou neste desdobramento da Operação Kirvem.

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