A Guarda Civil Municipal de Batatais prendeu mais um suspeito de causar incêndios florestais na região de Ribeirão Preto. Júlio César dos Santos, de 50 anos, foi preso no Jardim Alvorada, na terça-feira, 3 de setembro, quando ateava fogo em mata nativa. Portava isqueiro e álcool.
Preso em flagrante, foi levado para a Delegacia de Batatais. A defesa diz que vai pedir exame de insanidade mental para o cliente. Esta foi a terceira prisão na cidade da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, a sexta na macrorregião e a 12ª no Estado de São Paulo.
Um dos outros dois detidos em Batatais é Diego Gabriel de Andrade, de 27 anos, preso em 27 de agosto quando ateava fogo em área de preservação permanente no Jardim Valenciano. As chamas atingiram uma residência, não fizeram vítimas e foram controladas na tarde do mesmo dia. Na bolsa que ele carregava havia serras, alicate, isqueiro e uma caixa de fósforos.
O outro é o mecânico Alessandro Arantes, de 42 anos, detido no dia 25 de agosto e relacionado a uma facção criminosa pela polícia. Essas duas prisões já foram convertidas em preventivas, por tempo indeterminado. Na macrorregião, dois homens, de 35 e 42 anos, foram detidos no dia 28 em Franca.
Eles foram flagrados com pedaços de vela e um isqueiro em uma área de mata próxima à Rodovia Fábio Talarico (SP-345). A defesa de um deles diz que o cliente ateou fogo controladamente no terreno para evitar que outras pessoas fizessem isso de forma descontrolada e atingisse uma empresa que ele tem perto do local.
No dia 21 de agosto, um homem de 26 anos foi preso em flagrante por atear fogo em vários pontos de um canavial localizado próximo à área urbana, na cidade de Guaraci, próximo a Barretos. Um idoso de 76 anos foi preso, no dia 24 de agosto, em São José do Rio Preto. No dia 26, um motoqueiro de 44 anos foi preso na mesma cidade. Outra prisão ocorreu em Jales
No dia 31 de agosto, um suspeito de 38 anos foi preso por atear fogo em uma área de vegetação na Estrada da Cama Patente, no bairro dos Alvarengas, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O homem não teve a identidade divulgada. Com ele foi apreendido um isqueiro.
Os doze presos são acusados de causar incêndios em canaviais e áreas de vegetação no interior. Em 29 de agosto, a Polícia Civil prendeu um homem de 39 anos que ateou fogo em uma plantação de cana-de-açúcar na cidade de Pindorama, na região de São José do Rio Preto.
A pena para este tipo de crime varia de um a quatro anos. Se houver morte, pode chegar a 30 anos por causa do crime de homicídio. As queimadas no estado já levaram à perda de cinco milhões de toneladas de cana e 60 mil hectares de produção, segundo a Novacana.
O governo do estado estima prejuízos de até R$ 1 bilhão. A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) – que conta, atualmente, com 33 associações de fornecedores e representa mais de doze mil produtores de cana-de-açúcar – estima que 80 mil hectares de cana foram destruídos, prejuízo de R$ 500 milhões.
O governo federal acionou a Polícia Federal (PF) para investigar a possível origem criminosa das queimadas que se espalharam pela região de Ribeirão Preto e outras áreas do estado de São Paulo nos últimos dias. Dos inquéritos foram abertos.
Não há indícios de que o fogo tenha começado por causas naturais, como raios, por exemplo. O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, disse nesta segunda-feira (26) que 99,9% dos incêndios registrados no estado de São Paulo ao longo do fim de semana foram causados por “ação humana”.
Um grande incêndio em área de vegetação próxima a linhas de subtransmissão, em Brodowski, na região metropolitana, ocasionou interrupções momentâneas (piscas) de energia nos municípios de Ribeirão Preto, Brodowski e Jardinópolis, na tarde desta quarta-feira, 4 de setembro.
Energia – A CPFL Paulista informou que equipes da distribuidora acionadas e o fornecimento já foi normalizado. Somente nessa região, além da destruição ambiental, o fogo foi responsável por 51 ocorrências de interrupção no fornecimento de energia no primeiro semestre deste ano.
A companhia alerta a população sobre os sérios impactos que podem ser gerados por incêndios próximos à infraestrutura elétrica e orienta que, ao identificar um foco de incêndio, acione imediatamente o Corpo de Bombeiros e as autoridades competentes.
Em caso de falta de energia ou de incêndio sob a rede elétrica, a população deve entrar em contato com os canais de atendimento da CPFL Paulista: além do call center (0800 010 10 10), o registro pode ser feito pelo site: www.cpfl.com.br, App “CPFL