Por: Adalberto Luque
A Polícia Civil realizou, na manhã desta quarta-feira (23), a Operação Raio-X. A ação foi realizada na cidade de Brodowski e investiga a contratação, em caráter emergencial e sem licitação, de uma empresa para prestar serviço à Secretaria da Saúde do Município.
O contrato, de acordo com a Polícia Civil, previa a execução de um serviço emergencial no hospital da cidade. De acordo com o delegado Gustavo André Alves, do setor de Inteligência Policial da Delegacia Seccional de Polícia, logo que a empresa foi contratada, a nota fiscal foi emitida.
Um servidor da prefeitura teria atestado que o serviço foi integralmente realizado e pagou em sua totalidade. Com a constatação da irregularidade, a operação passou a ser investigada pela Polícia Civil.
Na manhã desta quarta-feira (23), foram cumpridos três mandados de busca e apreensão na cidade de Brodowski. Um deles foi na sede da Prefeitura. Outro na casa do empresário responsável pela empresa e o terceiro na residência do servidor que teria atestado a execução do serviço.
“As investigações apontam que esse serviço não havia sido realizado, ao menos integralmente, como atestado. Por essa razão, foram cumpridos mandados de busca na data de hoje [23]”, disse o delegado.
Alves também relatou que as investigações agora correm em sigilo. O objetivo, de acordo com o delegado, é descobrir se houve envolvimento de outras pessoas, se houve superfaturamento e desvio de recursos públicos.
A Polícia Civil quer identificar quem seriam os favorecidos pela conduta praticada, que efetuou o pagamento sem que o objeto do contrato emergencial fosse integralmente cumprido.
A contratação emergencial teria ocorrido no início deste ano. Pelo que a Polícia Civil teria apurado, a nota fiscal foi emitida logo após a contratação da empresa e o pagamento feito em seguida.
O delegado informou que diversos documentos foram apreendidos durante o cumprimento dos três mandados de busca e apreensão. Os documentos serão devidamente analisados para constatar se houve a irregularidade. Os nomes da empresa e dos envolvidos não foram divulgados.
Não foram realizadas prisões no âmbito da Operação Raio-X. Se for constatado que houve irregularidade na contratação feita pela Secretaria da Saúde, os envolvidos podem responder pelos delitos de peculato, fraude no procedimento licitatório e falsidade ideológica, entre outros crimes, de acordo com o delegado.
A Prefeitura de Brodowski se manifestou através de nota. De acordo com a Assessoria de Comunicação Institucional, a operação trata da instalação do Para-raios em uma unidade municipal de saúde.
“A presença das autoridades policiais teve como objetivo realizar uma busca de documentos, ordens de pagamento e empenhos referentes a esse projeto específico. É importante ressaltar que, em nenhum momento, o prefeito municipal esteve envolvido nessa situação. A visita da Polícia Civil foi realizada no âmbito de procedimentos investigativos padrão, visando garantir a integridade e legalidade de todos os processos conduzidos pela Prefeitura”, diz a nota.
O comunicado se encerra com a afirmação de que a administração municipal está totalmente empenhada em cooperar com as autoridades em todas as etapas da investigação para elucidar os fatos e esclarecer eventuais dúvidas com ética, transparência e interesse público.