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Polícia indicia vereador de RP

A Delegacia Seccional de Ribeirão Preto concluiu nesta quarta-feira, 19 de abril, a inves­tigação que identificou esque­ma de “rachadinha” no gabine­te do vereador Sérgio Zerbinato (PSB). A Polícia Civil apurou que a então assessora Ivanilde Ribeiro Rodrigues era obrigada a repassar parte de seu salário, a pedido do parlamentar, para a irmã dele, Dalila Zerbinato.

A irmã e o cunhado de Sér­gio Zerbinato também foram indiciados por peculato – crime praticado por funcionário pú­blico contra a administração –, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Agora, o inquéri­to será remetido ao Ministério Público de São Paulo (MPSP), que pode oferecer denúncia criminal contra o trio. Se isso acontecer, os três passam a ser tratados como réus na ação pe­nal e responderão pelos crimes citados judicialmente.

Nesta quarta-feira, Zerbina­to negou qualquer ilegalidade e disse ser alvo de uma persegui­ção política. “No inquérito, eu e meu advogado achamos muitas inconsistências. A minha ex-as­sessora tem vínculo direto com meu suplente (o cabeleireiro Giomário Mendes Carneiro) e estão armando, articulan­do essa armação política para cassar meu mandato. Eles têm vínculo e a gente já provou isso também na Justiça. Eles estão armando justamente para cas­sar o meu mandato”, disse.

“É completamente mentira. A minha irmã é uma pessoa muito honesta, que tem o seu emprego, não tem vinculação nenhuma com política. Eu me preparei muito, eu sou agente político, eu estou prestando to­das as informações para a polí­cia, à justiça, e minha irmã não tem vinculação nenhuma com política. Minha família nunca se envolveu com política. Não tem cabimento o que está sen­do dito. O meu cunhado tam­bém sempre trabalhou fora da atividade política”, emenda.

Giomário Mendes Carnei­ro aparece em algumas fotos ao lado da ex-assessora, mas diz que Zerbinato deve provar que é inocente. O parlamentar é alvo de uma ação civil impe­trada pela juíza Lucilene Apare­cida Canela de Melo, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, que autorizou a perícia nas gravações de áudio em po­der do Ministério Público com supostas conversas entre Zerbi­nato e sua ex-assessora Ivanilde Ribeiro Rodrigues.

Os áudios foram divulga­dos em novembro de 2021. Nas gravações, o parlamentar su­postamente conversa com sua ex-assessora sobre um esquema de “rachadinha” em seu gabine­te na Câmara de Ribeirão Preto. A ação foi instaurada com base em proposta feita pelo promo­tor Sebastião Sérgio da Silveira.

Zerbinato é acusado pela ex-assessora de comandar, en­tre janeiro e agosto de 2021, um suposto esquema de “rachadi­nha” em seu gabinete na Câma­ra de Vereadores de Ribeirão Preto para ficar com parte do salário de assessores. A denun­ciante foi assessora parlamentar direta do vereador, cargo co­missionado, com salário de R$ 7.973,42.

Deste total, segundo ela, R$ 3 mil seriam repassados para a irmã do parlamentar. O acor­do teria começado quando a mulher foi nomeada, em 4 de janeiro de 2021, e durou até o início de agosto, quando foi exonerada do cargo. Caso seja condenado pela Justiça, Sérgio Zerbinato pode perder o man­dato. Também poderá respon­der na esfera penal.

Na denúncia, o MP reite­ra que os repasses, apesar de serem feitos para a irmã do vereador, acabavam por bene­ficiar o parlamentar, uma vez que ela sempre o auxiliava nas campanhas eleitorais. Em 29 de março do ano passado, com base em relatório da Comissão Processante aprovada para in­vestigar o caso, a Câmara de Ribeirão Preto decidiu arqui­var as denúncias.

O parecer foi elaborado pelo vereador e relator Franco Fer­ro (PRTB), atual presidente da Casa de leis, que prefere não co­mentar o caso . Foram 15 votos a favor de Zerbinato e quatro abs­tenções. A Comissão Processan­te afirmou também que, desde as primeiras denúncias, em 16 de dezembro de 2021, o prazo de 90 dias para a conclusão das investigações venceu por uma série de problemas jurídicos.

O colegiado recomendou ao legislativo que abra um novo processo de cassação do vere­ador caso a Justiça decida pela condenação do parlamentar. No Legislativo, o vereador era alvo do pedido de cassação protocolado na Câmara por dois munícipes, Rodrigo Leo­ne e Gustavo Martins Fratassi, candidato a vereador na eleição de 2020 pelo Patriota e que teve 225 votos – não foi eleito.

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