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Polícia Federal prende gerente da Caixa e cumpre mandados em Ribeirão Preto

Foto: João Camargo

A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (16) a segunda fase da operação Saruman, que prendeu um gerente da Caixa Econômica Federal na cidade de Varginha (MG) que recebia vantagens indevidas de uma empresa de segurança privada contratada pelo banco.

Além disso, foram expedidos pela 9ª Vara da Justiça Federal de Belo Horizonte 11 mandados judiciais de busca e apreensão, sendo dois destes em Ribeirão Preto. Entre as cidades envolvidas estão Belo Horizonte, Varginha, Poços de Caldas, Uberaba e Goiânia.

Nesta fase, também estão sendo identificados e apreendidos bens que possivelmente foram obtidos pelo gerente do banco como produto dos crimes praticados. Dentre os bens, há imóveis, automóveis e uma embarcação luxuosa, todos registrados em nome de terceiros, notadamente familiares, supostamente visando a ocultar sua origem ilícita.

Os investigados responderão pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, concussão e associação criminosa. Se condenados, poderão cumprir 38 anos de reclusão, além de pagar multa.

Esquema

O gerente era responsável pela elaboração de editais de licitação, contratação e posterior fiscalização dos serviços de diversas empresas de segurança privada contratadas para prestar segurança às agências em Minas Gerais.

Nesta função, exigia vantagens de empresários, sob a ameaça de inviabilizar o recebimento de faturas apresentadas para pagamento pelos serviços ou cobrava valores para permitir irregularidades na execução dos contratos.

Dentre as irregularidades permitidas, haveria a conivência com empresa investigada que teria falsificado guias de recolhimento de FGTS. A empresa apresentava mensalmente comprovantes bancários de recolhimento de FGTS com autenticações mecânicas falsas, recebendo indevidamente os valores que não teriam sido efetivamente depositados nas contas de seus empregados vinculadas ao FGTS.

Com as buscas de hoje, a PF poderá apurar o montante não recolhido e calcular o total apropriado indevidamente. Há suspeitas, ainda, de não recolhimento, nos mesmos moldes, de valores devidos a título de INSS.

Estima-se que somente uma das empresas investigadas tenha pagado em torno de R$ 1 milhão a título de propina para o gerente do banco desde o início do contrato, possibilitando a prestação indevida dos serviços sem incorrer em penalidades ou em rescisão contratual.

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