Por: Adalberto Luque
O homicídio de Oscar Antonio Diaz, natural da Nicarágua e morto a tiros na porta de uma igreja, foi totalmente esclarecido, segundo o delegado responsável pelas investigações, Jorge Miguel Koury Neto. O crime ocorreu na noite de sábado, quando Diaz saia da Igreja Santa Luzia, na Avenida Pedro Duarte Amoroso, bairro João Berbel, em Cravinhos, região metropolitana de Ribeirão Preto.
“Iniciamos a investigação trabalhando com Inteligência Policial. Traçamos uma cronologia da linha do tempo do crime e, com a elaboração de croqui esquemático e avaliação de imagens, conseguimos elucidar não somente o homicídio, configurado em duplamente qualificado, como também a participação de outro homem não como cúmplice, mas como partícipe, que é quem participa indiretamente, não dando fuga, por exemplo, que seria o papel do cúmplice, mas dando condições para que o crime fosse praticado. Descobrimos que foi esse partícipe quem conseguiu a arma”, explicou o delegado.
De acordo com Koury Neto, a mulher, natural da Nicarágua, cursava faculdade em Dourados (MS). Ela teria se relacionado amorosamente com um homem de Cravinhos, mas que cursava a mesma faculdade. Eles, inclusive, chegaram a morar juntos.
O delegado explicou que o casal teria rompido há cerca de um mês e meio e que o homem de Cravinhos seria ciumento. A mulher começou, então, a namorar Diaz, que também é da Nicarágua e cursava a mesma faculdade. Mas ela continuou mantendo contato com a família do rapaz de Cravinhos e foi convidada a visitar uma tia do ex, hospedando-se em sua casa.
No sábado, o casal seguiu com a tia até a Igreja, para participar da missa. O ex-namorado, ao ver fotos do novo casal em redes sociais, saiu do Mato Grosso e veio para Cravinhos. Lá chegando, conseguiu ajuda de seu irmão.
“Soubemos através de uma testemunha, que este outro homem foi até a casa dela sabendo que tinha um revólver calibre 32 e disse que passaria para o irmão revender no Mato Grosso do Sul. A testemunha acreditou que isso seria feito e entregou a arma, utilizada no crime”, acrescentou Koury Neto.
Com a arma em mãos, o ex-namorado foi até a Igreja onde estava o casal e, assim que saíram da missa, ele efetuou os disparos. Diaz foi atingido por sete tiros e teve morte no local, antes de receber socorro. A Igreja onde tudo ocorreu fica ao lado de uma base da Polícia Militar. O autor dos disparos fugiu numa motocicleta. Pouco depois voltou para ter certeza de que a vítima estava morta e fugiu novamente.
“Através da inteligência policial, conseguimos não só identificar o partícipe, como também colocá-lo na cena do crime. Ouvimos várias testemunhas e vamos ouvir mais algumas. Mas o crime está totalmente esclarecido. Um será indiciado por homicídio duplamente qualificado, com utilização de arma de fogo e impossibilidade de defesa da vítima. O outro como partícipe neste crime. Posteriormente vamos analisar medidas cautelares, pois não resta dúvidas. Foi um intenso trabalho de inteligência policial, com provas irrefutáveis”, observa o delegado.
Ele também foi procurado pela Embaixada da Nicarágua no Brasil, para auxiliar na liberação do corpo, que será levado para sepultamento no país da América Central. A arma ainda não foi apreendida, mas a testemunha forneceu fotos do artefato. Koury Neto também explicou que o homem que ajudou no crime teria tentado coagir uma testemunha, exigindo que ela dissesse em depoimento que o autor dos tiros estaria sendo ameaçado pela vítima e que, por isso, teria se defendido. “Ele ameaçou, dizendo que se isso não fosse feito, haveria lágrimas de choro”, concluiu.