Adalberto Luque
O Setor de Inteligência Policial da Delegacia Seccional de Ribeirão Preto deflagrou, no início da manhã desta terça-feira, 21 de novembro, a Operação Além da Fronteira contra uma organização criminosa especializada em furto de caminhonetes de luxo, na cidade e na região.
Foram decretadas doze prisões temporárias, sendo que nove são de pessoas de Ribeirão Preto e três de suspeitos outros estados. Até o fechamento desta edição, seis investigados haviam sido presos temporariamente, todos em Ribeirão Preto. Três “ribeirão-pretanos” estão foragidos, além do trio de fora de São Paulo. Todos são acusados de receptação, adulteração e distribuição de caminhonetes furtadas.
Segundo o delegado responsável pela ação, Gustavo André Alves, o núcleo da quadrilha operava a partir da Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). “[Foi] uma investigação muito complexa, que envolveu desde os autores dos furtos aqui na cidade de Ribeirão Preto”, diz
“Assim como identificou os receptadores, cujo núcleo central está baseado na região metropolitana de Belo Horizonte”, ressalta o delegado. Alguns furtos eram ”encomendados”: o grupo escolhia quais tipos e marcas de caminhonetes seriam alvo da quadrilha.
Durante as investigações, os policiais civis identificaram os responsáveis pelos furtos de caminhonetes na região de Ribeirão Preto, utilizando técnicas para dificultar o trabalho policial. Os receptadores operavam com base na região metropolitana da capital mineira, inclusive o operador financeiro da quadrilha.
O bando furtava veículos estacionados em frente a clínicas, hospitais, escritórios, universidades, residências, entre outros locais. A Polícia Civil descobriu, também, que as caminhonetes furtadas em Ribeirão Preto eram adulteradas e, em sua maioria, levadas para o Paraguai.
O principal destino era a capital Assunção, onde eram revendidas. Alves acredita que, com a desarticulação sobretudo do núcleo financeiro do grupo, a expectativa é que haja expressiva redução de caminhonetes furtadas na região.
“A investigação foi tão ampla que a gente conseguiu identificar inclusive a atuação desse núcleo de receptadores, que recepcionava caminhonetes furtadas em vários estados do país, como Mato Grosso, Goiás, Paraná, além de São Paulo, é claro”, disse delegado Gustavo André Alves.
“As provas feitas pela investigação serão compartilhadas com os outros estados, para que eles prossigam com as investigações para cumprimento dos atos de Polícia Judiciária”, revelou Alves. O trabalho de inteligência policial conseguiu identificar os responsáveis pelos furtos na região de Ribeirão Preto.
Celulares dos suspeitos foram apreendidos. Os agentes foram às ruas para cumprimento de mandados de busca e de prisão na cidade. Não foi informado se há ação conjunta realizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte e nos demais estados onde foram identificadas ações da organização criminosa.
Durante a operação, nos bairros Adelino Simioni e a favela do Jardim Aeroporto, na Zonas Norte da cidade, foram apreendidos diversos aparelhos de celulares. Nenhuma caminhonete foi recuperada nesta terça-feira. No decorrer dessa operação, dois veículos foram apreendidos.
Segundo informações, os furtos eram normalmente encomendados pela célula de Belo Horizonte. Além da marca específica, eles retiravam rastreadores para evitar serem encontrados. Em outros casos, deixavam o veículo “descansando” nos canaviais para saber se haveria a procura por parte das empresas de rastreamento. As investigações prosseguem.