O juiz Giovani Augusto Serra Azul Guimarães, da 2ª Vara do Júri e das Execuções Criminais de Ribeirão Preto, expediu mandado de prisão contra o empresário Pablo Russel Rocha, de 43 anos, acusado de assassinato. A Delegacia Seccional de Polícia Civil vai procurá-lo no endereço que consta nos autos do processo, e se ele não for encontrado, será considerado foragido.
Pablo Russel Rocha estava morando no Paraná, mas terá que cumprir pena em São Paulo. Ele é acusado de ter arrastado até a morte Selma Heloísa Artigas da Silva, garota de programa conhecida como Nicole, com sua Mitsubishi Pajero, depois de prendê-la ao cinto de segurança. em 11 de setembro de 1998, quando a vítima tinha 21 anos.
Condenado a 24 anos de prisão em regime fechado, em 29 de junho de 2016, por um júri popular, ele alega inocência e diz que foi um acidente. Rocha chegou a ser preso após o julgamento, que durou doze horas, mas foi libertado oito dias depois por decisão liminar do desembargador Péricles Piza, da 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), considerando que o empresário respondeu a todo o processo em liberdade e não oferecia nenhum tipo de risco.
Em agosto do ano passado, a mesma 1ª Câmara de Direito Criminal do TJSP negou os recursos da defesa e manteve a condenação de Pablo Russel Rocha a 24 anos de prisão. Na última sexta-feira (7), porém, o juiz Giovani Augusto Serra Azul Guimarães determinou a prisão. O magistrado destaca que já esgotaram todos os recursos em segunda instância e, conforme determinou o Superior Tribunal Federal (STF), o condenado deve começar a cumprir a pena após o chamado “trânsito em julgado”, como é o caso.
No entanto, ele ainda teria direito a apresentar recurso em Brasília – ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e até ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pablo Russel Rocha foi condenado por homicídio triplamente qualificado: motivo fútil, com requintes de crueldade e sem oferecer recurso de defesa à vítima. O Tribuna entrou em contato com o escritório do advogado Sergei Cobra Arbex, que defende o réu, mas ele não retornou porque estava em outro compromisso.
Em junho de 2016, a decisão dos jurados foi por maioria e o juiz Giovani Augusto Serra Azul Guimarães aplicou pena de 18 anos pelo crime e mais seis pelas outras duas situações agravantes. Rocha saiu algemado do Salão do Júri do Fórum Estadual de Justiça de Ribeirão Preto e foi direto para a cadeia.
O júri entendeu que ele realmente arrastou a mulher até a morte com sua Mitsubishi Pajero, depois de prendê-la ao cinto de segurança – teria percorrido dois quilômetros depois de deixar a chácara no Recreio das Acácias, passado pela avenida Adelmo Perdizza – onde o corpo de Nicole foi encontrado – até parar o veículo na Caramuru.
Em 6 de julho de 2016, Pablo Russel Rocha deixou a Penitenciária Masculina de Tremembé Doutor José Augusto Salgado. Antes, o empresário havia ficado três dias na Cadeia Pública de Santa Rosa de Viterbo até a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária autorizar sua transferência para o presídio, no dia 4.
O empresário alega inocência e diz que foi um acidente. Nicole teria ficado presa ao equipamento e o empresário, que estava com o som do carro em volume alto, não teria ouvido os gritos de socorro, segundo o perito George Sanguinetti, contratado pela família de Rocha.
No julgamento, Rocha citou ainda o pagamento de R$ 384 mil à família da garota e que ainda faltavam R$ 120 mil a título de indenização. Nem os familiares dele, nem os da vítima quiseram comentar a decisão judicial, mas disseram que o valor já foi quitado.