Dados da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Divisão de Praças e Parques Públicos de Ribeirão Preto revelam que, nos sete primeiros meses deste ano – de janeiro a julho –, foram feitas 1.220 solicitações para poda ou extração de árvores na cidade, média mensal de 174 e de seis por dia. As solicitações foram registradas no Protocolo Geral da prefeitura e através do Serviço de Atendimento ao Munícipe (Sam), pelo telefone: 156.
Do total de 1.220 pedidos, 632 foram para extração (90 por mês e três por dia) e 588 para poda (média mensal de 84 e diária de quase três). Entre as principais justificativas para a retirada de árvores em locais públicos estão os danos no calçamento ou no imóvel (60%), risco de queda (20%), espécimes secas (15%) e pragas e doenças (5%).
Já em áreas internas (particulares) os motivos são construção de prédios, ampliações e reformas e risco à segurança do imóvel. Já em relação à poda as alegações vão de galhos próximos da fiação até árvores com a copa baixa, deixando o local escuro e favorecendo a ação de marginais.
Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente, Otávio Okano, após receber a solicitação um funcionário vai até o local e faz um exame das condições da árvore para autorizar ou não a extração. No caso de risco iminente de queda, o aval é concedido com a obrigatoriedade de replantio. Essa quantidade e o local onde será feita o plantio são estabelecidos pela secretaria. “Se o munícipe ou as empresas fazem a poda ou extração sem autorização são penalizados por isso”, adverte o secretário.
Poda e extração causam polêmica
Nos últimos meses, a poda e a extração de árvores têm causado polêmica em Ribeirão Preto. Apesar de autorizadas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, várias ações provocaram revolta em muita gente. A primeira ocorrência registrada neste período foi em 17 de julho, com a poda de três figueiras centenárias localizadas na avenida Nove de Julho, esquina com a Santa Luzia, na Zona Sul da cidade.
Segundo a prefeitura, a extração dos galhos das árvores foi autorizada porque eles estavam ocos e condenados. Contudo, moradores daquela região criticaram a medida. Já no dia 18 de julho o Colégio Santa Úrsula decidiu cortar mais de 50 ipês que foram plantados no entorno da instituição, localizado na Zona Sul de Ribeirão Preto. As espécies exóticas estavam ali havia mais de 20 anos.
Na época, a retirada causou polêmica e ganhou as redes sociais e os meios de comunicação por causa da indignação popular. O colégio explicou que a extração foi autorizada depois de estudos e para evitar os acidentes de pedestres em função das raízes estarem elevando e rompendo a calçada em vários trechos.
A mais recente controvérsia sobre o assunto aconteceu há menos de uma semana, no dia 17 de agosto, quando o vereador Lincoln Fernandes (PDT) e o promotor da Habitação e Urbanismo, Wanderley Trindade, realizaram blitz contra o corte de 16 árvores de grande porte (da espécie “pinus”), na avenida Alfredo Ravanelli, na Zona Leste da cidade. Elas estavam plantadas em via pública.
Um boletim de ocorrência foi registrado e o parlamentar afirmou que iria instalar uma Comissão Especial de Estudos (CEE) na Câmara para tratar do assunto. Já o promotor afirmou que deverá abrir uma ação civil pública com o objetivo de investigar a responsabilidade civil e criminal dos cortes efetuados. Vale ressaltar que em todos os casos as extrações foram autorizadas pela Secretaria do Meio Ambiente, segundo ela, a partir de estudos técnicos.